Espinosa, meu éden 6r4r4o

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 14 de outubro de 2010 3v6y1e

52 - Personalidades espinosenses: GINO SANFONEIRO 5r1768

Começarei hoje a publicar aqui no blog algumas curtas entrevistas realizadas com alguns personagens marcantes da nossa história. São pessoas simples, humildes, talentosas, folclóricas, trabalhadoras, heróis da batalha do dia-a-dia, enfim, espinosenses apaixonados pela sua cidade natal. Não serão muitos, mas dão uma visão geral da nossa população, sempre dedicada ao trabalho, à amizade, à solidariedade e à hospitalidade, qualidades inerentes aos espinosenses. Espero que gostem.


Começarei estas pequenas entrevistas pelo músico, cantor e compositor espinosense Gino Sanfoneiro, talento pouco reconhecido por grande parte da nossa comunidade. Pouca gente sabe, mas Gino já gravou disco, como a dupla Gyno & Branco, tem várias músicas compostas em parceria com outros compositores e que foram gravadas por cantores e duplas sertanejas paulistas, já ganhou disco de ouro pela vendagem de mais de 250.000 cópias na Gravadora Continental, já teve música sua cantada por Tonico e Tinoco e música sua gravada pela dupla João Paulo e Daniel, além de ter sido premiado pela participação no Festival Eveready de Música Sertaneja, em setembro de 1984, em São Paulo. Gino é também um dos entusiastas fundadores do Grupo de Cavalgada Frutos da Terra e um dos criadores da pista de corrida de cavalos em Espinosa. Além disso tudo, Gino ainda é um dos leiloeiros da festa anual de São Cristóvão, emprestando o seu talento musical na animação da festa. Se isso tudo não basta, ele ainda comanda três programas de rádio na cidade: "Quarta no forró", das 15 às 17 h; "Domingo feliz", das 10 às 12 h e mais o "Sábado alegre", das 15:30 às 17 h.
Entre outras, estas músicas listadas abaixo foram compostas por ele em parceria com outros compositores adotando o pseudônimo de Tolentino. São elas:

Músicas:
Choro de amor (Manoel Egídio e Tolentino) gravada por João Paulo e Daniel.
Roda de chimarrão (Voninho, Tolentino e Antônio Aguilar),
Kidó (Tolentino e Voninho),
Dançando no rancho (Tolentino e Manoel Egídio).

LP Gyno & Branco:
Desencontro (Branco & Tolentino),
Peito xonado (Tolentino, Manoel Egídio e Branco),
Amanhã de manhã (Tolentino e Mílton José),
Será (Tolentino, Manoel Egídio e J.R.Arruda),
Maria e José (Branco e Tolentino),
Osso duro de roer (Tolentino e Manoel Egídio),
Quero ir embora (Tolentino e Manoel Egídio).

LP Edneu e Vivan:
Folha de caderno (Morgado e Tolentino),
Superstição (Morgado e Tolentino), música também interpretada por Tonico e Tinoco.

LP Vano e Valmir:
Saudade louca (Manoel Egídio e Tolentino).

LP Lau Roberto e Samuel:
O garimpeiro (Morgado e Tolentino).

CD Violeiros cantando a fé:
Fátima em Aparecida (Morgado e Tolentino). 

Participação no disco da dupla Duque e Barão Júnior.

Disco gravado como a dupla Gyno e Branco

Carteira de músico, cantor e compositor profissional

Disco de ouro por mais de 250.000 cópias vendidas na Continental

Foto histórica:
Waldick Soriano ao lado de grandes personagens
da nossa cidade: Paulo da Viola, Alcides, Gino Sanfoneiro,
Louro d´Os Cardeais, Heron, Geraldo Canixane e Carlito.

Homenagem pela participação no Festival da Record em 1984

Gino na tranquilidade da sua casa em Espinosa

Gino com a velha companheira, a sanfona

A alegria de fazer o que mais gosta: tocar

O orgulho de ter conquistado um disco de ouro

Gino ao lado da esposa Hercília e do neto Pedro Henrique
Mais do que um grande artista popular, Gino Sanfoneiro, com a sua humildade e caráter, é de uma gentileza anormal, um verdadeiro gentleman, um exemplo de generosidade. O meu sincero agradecimento e iração.


PERFIL: GINO SANFONEIRO

Nome completo: Higino Fernandes Tolentino
Local e data de nascimento: Sussuarana, Espinosa-MG em 29.09.1947
Casado com Hercília Pinheiro Tolentino
3 filhos: Ricardo (32 anos), Renata (31 anos) e Rafael (23 anos)
2 netos: Pedro Henrique (11 anos) e Giovana (7 anos)
Time do coração: Seleção brasileira
O que mais gosta: de tocar sanfona, de brincar, de manter a tradição e de cavalgada
O que não gosta: de bebida e de frequentar botecos
O melhor de Espinosa: a solidariedade e a hospitalidade do povo espinosense
O pior de Espinosa: o esquecimento das raízes culturais, a falta de apoio à cultura e o não reconhecimento dos artistas da terra
Estilo de música: Forró e sertanejo
Músicas preferidas: Gente da minha terra (Belmonte e Amaraí) e Se Avexe, não! (Santana da Paraíba).

51 - Um humilde olhar crítico sobre a Espinosa atual 1u455k

 Longe de mim querer causar polêmica, mas como bom espinosense não posso ser omisso e preciso tecer alguns comentários sobre a atual situação da nossa querida Espinosa. Estive de férias, ando alguns dias na cidade, matando a saudade e revendo amigos e familiares. Nas minhas andanças pela cidade vi coisas boas e ruins. Relatarei aqui algumas boas notícias, outras muito indesejáveis.
Comecemos pelo lado bom. Espinosa, como todo o país, usufrui do excepcional desempenho da economia brasileira, proporcionada pela excelente istração do PT, através do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Mesmo com os efeitos devastadores da seca prolongada, que traz inúmeros prejuízos à população em geral, as centenas de novas construções pela cidade, bem como nas imediações das barragens, demonstram o desenvolvimento e a sensível melhoria da condição financeira dos habitantes da cidade. Casas de campo com piscinas, próximas das nossas barragens, casas belíssimas em vários bairros, grandes e modernas lojas sendo construídas ou reformadas e muitos carros novos e luxuosos pelas ruas demonstram a força do desenvolvimento da cidade.

Loja O Barateiro na Avenida Minas Gerais

Construção de centro comercial na Praça Cel. Heitor Antunes
Outro ponto positivo e que merece aplausos é a conscientização de empresários e comerciantes da importância de se valorizar os seus funcionários e privilegiar o bom atendimento, além de investir em tecnologia e em espaços amplos e instalações bem estruturadas. Elogie-se também a ampla uniformização dos empregados.
O asfaltamento de várias ruas nos bairros, principalmente nos Bairros Cigano e Santa Cláudia, também merece elogios, com uma pequena ressalva: falta apenas a colocação do meio-fio, o que deixa a cidade com um aspecto horrível de desleixo para com a população beneficiada. É condenável tal prática.
Quanto às possibilidades no setor de bares e restaurantes, discordo de alguns amigos que dizem não haver opções em Espinosa. Entendo estar a cidade, razoavelmente, bem provida de opções para todos os gostos. É claro que poderia ser bem melhor, mas não é de todo ruim. Vejamos: pode-se comer uma saborosa pizza no Labareda Drinks de Robertão, na Praça da Liberdade ou ainda na Pizzaria do Zé Brasinha, no Cigano. Se preferir um delicioso peixe, há o Restaurante do Cassinho, na Santana. E há outras opções no Restaurante de Cassiano. Se optar por uma comida caseira de excelente qualidade, é só ir ao Restaurante da Joaninha. E o que dizer do espetacular sarapatel com feijão tropeiro e torresmo de Ninha, no Araponga? E a enorme quantidade de boas lanchonetes que oferecem um sanduíche de ótima qualidade? E os deliciosos beijús e caldos da Tia Lia, na Praça da Liberdade? Ou os espetinhos do Zé da Belina, na Praça da Meteorologia? Tem possibilidades para todos os gostos, basta procurar.

Pizzaria do Robertão na Praça da Liberdade
Pizzaria de Zé Brasinha no Bairro Cigano (Foto de Zé Lúcio)

Restaurante do Cassinho na Vila de Santana
Restaurante da Ninha no Bairro Araponga
Barraquinha da Tia Lia na Praça da Liberdade
Mas nem tudo são flores. Falta em Espinosa, por parte dos governantes, uma melhor visão de futuro. Não há um planejamento nas ações e nas obras, visando a adequação ao futuro. Para exemplificar, basta dar uma olhada na cidade vizinha de Monte Azul e conhecer o seu ginásio poliesportivo. O nosso, merecidamente homenageando o Sr. Mateus Salviola Antunes, grande e dedicado esportista, infelizmente foi construído em dimensões diminutas e totalmente ultraado, com medidas da quadra aquém das medidas oficiais.  O espaço interno e das arquibancadas é totalmente insuficiente e não comporta a possibilidade de público nos eventos. Uma pena.
Ginásio Poliesportivo Mateus Salviola Antunes
Outra aberração acontece no Cemitério Municipal, que há muito tempo não comporta as necessidades da população espinosense. Não há mais espaço para sepultamentos e as covas são abertas nos corredores entre os túmulos, tornando uma tarefa praticamente impossível caminhar ao lado dos jazigos. Conforme informações a mim adas, já existe um terreno destinado ao novo cemitério, situado ao lado do Estádio Caldeirão. Torna-se imprescindível a construção do novo cemitério o mais rapidamente possível.
Cemitério do Bonfim
Outra deficiência condenável refere-se à falta de um projeto de arborização da cidade, já que as altas temperaturas massacram a população diariamente. É uma coisa tão fácil de colocar em prática que não entendo por que ainda não foi realizada. A prefeitura deveria fornecer e plantar, nas ruas e avenidas, árvores de pequeno porte e com raízes não profundas, para não danificar eios ou causar problemas à fiação elétrica, ficando com os moradores a responsabilidade pelo cuidado com o crescimento das plantas. Simples assim. Há ainda uma necessidade urgente de revitalização dos rios São Domingos e Bom Sucesso, sob pena de assistirmos inertes à extinção de dois rios de enorme importância para a cidade e para o meio-ambiente. Não há mais tempo. A ação tem de começar já, o mais rapidamente possível.
Rio São Domingos em tempo de seca

Rio São Domingos em tempo de seca

Rio Bom Sucesso em tempo de seca
Rio Bom Sucesso em tempo de seca

Rio São Domingos, no Mingu, em tempo de seca
Uma outra deficiência constatada por mim, verifica-se na sinalização de trânsito. Há pouquíssimas placas de trânsito nas ruas e não sei como não acontecem mais acidentes na cidade, devido à sinalização quase inexistente. Outra enorme carência se torna evidente ao caminhar pela cidade e tentar localizar os nomes das ruas. As poucas placas de sinalização dos nomes das ruas, praças e avenidas são, imagino, pelo menos uns 80 % ainda da istração do prefeito Horácio Cerqueira Tolentino, lá pelos anos 70. Lamentável!

Outra coisa que me entristece bastante é a velha e ultraada forma de se vivenciar a política municipal, com o uso de recursos pouco éticos e as desavenças constantes entre as pessoas. Espero que em um futuro bem próximo, uma nova maneira de fazer política prevaleça, extinguindo essas anomalias, com todos os políticos trabalhando duro em prol de toda a população, com foco no futuro progresso e desenvolvimento da cidade.
Outro problema é a falta de preocupação com a memória da história da cidade. Se temos que ficar contentes com as novas construções, também temos que nos preocupar em ver os nossos velhos prédios históricos desaparecendo rapidamente da paisagem, apagando a nossa história. Como exemplo, não mais existem o velho prédio da Escola Dom Lúcio onde estudei até a segunda série (hoje Centro Social) e a sede da Rádio Educadora, onde trabalhei por dois únicos meses.
Para finalizar, o que me deixa mais triste, entretanto, é o total abandono da questão cultural na nossa cidade. Infelizmente Espinosa é muito pobre culturalmente. É triste, mas é a mais pura verdade. Regiões mais ou tão pobres como a nossa, como o Vale do Jequitinhonha, conseguem ter uma cultura rica e variada em todas as artes. Por aqui, não há espaço nem condições para o aparecimento de talentos nas mais variadas áreas da arte e da cultura. Belas iniciativas como o Chá Literário promovido na Escola Estadual Joaquim de Freitas, pela diretora Izabel Cristina, há algum tempo, são raríssimas exceções. Existem outras, como a iniciativa do programa AABB-Comunidade e algumas tentativas de heroínas da educação, que tentam com muita dificuldade construir alguma atividade cultural para os seus alunos. Mas é muito pouco para fomentar o desenvolvimento cultural da população espinosense. Artistas talentosos da nossa terra como Gino Sanfoneiro, o pessoal d´Os Cardeais, Fernando César e tantos outros, não tem o reconhecimento que merecem. Não há diversidade musical nas programações das rádios, o que reduz assustadora e tristemente o leque de opções para o aprendizado e o conhecimento das várias tendências da música brasileira e mundial pela população. Ninguém gosta do que não conhece. Como gostar de jazz, rock and roll, blues, reggae, samba, música erudita, música instrumental, se você não ouve em lugar algum da cidade? O que se vê nas ruas, nos bares e nos clubes é o absurdo monopólio do axé e do brega, com suas letras obscenas e não muito inteligentes. E o pior, em altíssimo volume. Você é obrigado a ouvir a música que os caras gostam, na marra. Não há escapatória. Ninguém merece! Mas tudo bem, um dia a coisa muda, só nos resta esperar.
Por fim, gostaria de esclarecer que toda essa minha explanação é de uma opinião bastante particular,  ficando todos os descontentes totalmente livres e à vontade para tecer as suas críticas e discordâncias, espero que com respeito e educação, sem agressões. Espero seus comentários. Participe!

Um grande abraço espinosense.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010 3bm2d

50 - O Cruzeirinho em Belo Horizonte, 1977 62m24

Se não me engano a data, em agosto de 1977, talvez, vivi um dos dias mais felizes da minha adolescência. Como sempre apaixonado por futebol, eu fazia parte do time do Cruzeirinho Esporte Clube, então uma verdadeira seleção de jovens craques espinosenses, capitaneados pelo saudoso e estimado presidente Mateus Salviola Antunes. "Sêo" Mateus foi um líder dedicado e de enorme importância para o futebol de Espinosa e para todos aqueles garotos que fizeram parte do Cruzeirinho. Com muito esforço, ele angariava apoios da comunidade para que o Cruzeirinho pudesse viajar e jogar em outras cidades vizinhas, o que era muito dispendioso na época. O então prefeito Paulo Cruz, pai do nosso colega Palau, liberava uma caminhonete C-10 para as nossas aventuras, sempre dirigida pelo também saudoso pai de Tatuzinho, "Sêo" Ezinho. Não havia asfalto e íamos todos debaixo de muita poeira, frio e cansaço na caçamba da caminhonete jogar em várias cidades da região: Monte Azul, Mato Verde, Taiobeiras, Rio Pardo de Minas, Porteirinha, Janaúba, Urandi, Mortugaba, Jacaraci, entre outras.
Mas queríamos mais. E "Sêo" Mateus resolveu nos levar à Belo Horizonte para enfrentar o juvenil do Cruzeiro Esporte Clube. Ficamos maravilhados com essa possibilidade. Foi uma verdadeira luta para arrecadar recursos para a viagem. Mas com total apoio da comunidade, conseguimos o dinheiro suficiente para a viagem e até para comprar agasalhos Adidas, de ótima qualidade, na cor verde. amos a ser chamados, carinhosa e ironicamente de "papagaios de Mateus".
E lá fomos nós, extasiados, jogar futebol na capital do estado contra o Cruzeiro. Era um sonho! Muitos de nós não conheciam Belo Horizonte. E foi uma descoberta encantadora avistar todos aqueles prédios enormes, aquelas largas avenidas apinhadas de carros, grandes e belas lojas e um movimento interminável de pessoas nas ruas.
Dessa viagem lembro-me de uma história um tanto engraçada: nosso colega Jorjão comprou, assim como quase todos, uma chuteira novinha para estrear naquele jogo, até ali o mais importante de toda a nossa vida. Acontece que o vendedor se atrapalhou e colocou na caixa dois pés esquerdos da chuteira, o que só foi descoberto pouco tempo antes da partida. Assim, Jorjão teve que se conformar em jogar com a velha e surrada chuteira. Coisas do futebol.
Jogamos na sede do Cruzeiro, no Barro Preto, e perdemos o jogo por 3 x 1. O nosso gol foi marcado por Benildo. Tenho enorme saudade daquela experiência e muita gratidão a "Sêo" Mateus por ter nos proporcionado a realização de um sonho. O meu eterno agradecimento.
Em pé: Péba, Zinho, Jânio, Cleone, Valdo Pezão e Jorjão;
Agachados: Euclides (In memoriam), Benildo, Tatuzinho, Sérgio e Eustáquio.



Entrada em campo do Cruzeirinho no Barro Preto em BH
Em fila: Valdo Pezão, Eustáquio, Péba, Jânio, Benildo,
Tatuzinho (encoberto), Cleone, Euclides, Zinho, Sérgio e Jorjão.
 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010 2q6625

49 - Saudades da minha mãe 4f4n5j

24 de setembro de 2010. Minha saudosa mãe, Dona Zú, estaria completando 82 anos de idade, hoje. É o seu primeiro aniversário desde que ela nos deixou em 08 de novembro de 2009. A dor da perda, que nunca cessa, leva-me a escrever um pouco sobre a sua história. Tenho um enorme orgulho de ser seu filho. Minha mãe foi um exemplo de árdua luta em prol da educação dos seus filhos. Quando tinha 6 anos de idade, meus pais se separaram. Em uma sociedade conservadora e preconceituosa existente à época, a mulher separada do marido era considerada como desajustada e mal vista pela comunidade. Mesmo com todas as inúmeras dificuldades sociais e financeiras, minha mãe manteve a dignidade, e com o seu humilde trabalho de costureira, conseguiu criar e manter no bom caminho, todos os seus três filhos. Hoje, pensando bem, fico imaginando todo o sofrimento por que ou minha mãe, desde que se separou aos 40 anos, ainda muito jovem. Ela não teve a chance de reconstruir a sua vida amorosa, sem poder conquistar um novo relacionamento e encontrar alguém que pudesse lhe dar um pouco mais de felicidade. Outras mulheres fortes e guerreiras, como algumas suas amigas da Rua da Resina, também aram pelo mesmo problema, mas mantiveram a altivez e a dignidade e também continuaram sozinhas por toda a vida, abdicando de uma nova vida ao lado de outro alguém. Atualmente os tempos são outros e as pessoas tem uma liberdade inimaginável naquele tempo. Tenho muito o que agradecer a ela por todo o carinho, dedicação e amor.
Só espero que DEUS a tenha acolhido bem lá em cima. 
Zé Tolentino, Dona Zú, Joana D´Arc e Eustáquio


quinta-feira, 23 de setembro de 2010 502b4l

48 - O meu GALO caiu para a segundona...de novo! 5i4x48

Mesmo com um centro de treinamento de altíssimo nível, considerado o melhor do país, com uma comissão técnica competente e vencedora e com alguns bons jogadores na equipe, recebendo ótimos salários e o que é melhor, em dia, o meu GALO caiu mais uma vez para a segunda divisão do futebol brasileiro. É certo que ainda faltam 14 rodadas para se tentar uma reação, mas sinceramente não acredito e já "joguei a toalha", como se diz no boxe. É inexplicável como acontecem algumas coisas com o GALO. No ano ado, com um time razoável e um treinador bastante contestado, Celso Roth, fizemos uma boa campanha, terminando o campeonato em 7º lugar, assim mesmo por uma grande queda de rendimento nas rodadas finais, já que estávamos até brigando pelo título ou por uma vaga na Libertadores.
Depois de perder mais uma partida no Campeonato Brasileiro, a 15ª em 24 jogos, e de goleada para o Fluminense, por 5 x 1, o presidente Alexandre Kalil não ou mais a decepção e decidiu demitir o treinador Wanderley Luxemburgo que, infelizmente, não conseguiu formar um time com o elenco que possui o GALO. O time é o que mais perdeu na competição e caminha celeremente para integrar a segunda divisão em 2011. A nós, atleticanos fanáticos, resta agora torcer para que o cruzeiro não consiga ser campeão brasileiro (rs), o que seria mais uma tragédia, já que até o América tem grandes chances de subir para a primeira divisão. O baque é duro! Mas continuaremos a torcer como sempre, apaixonadamente pelo GALO forte (nem tanto) vingador, mesmo na segundona.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010 1rz4d

47 - Homenagens a Paulão e Cal 724733

Ontem, dia 15 de setembro de 2010, o nosso saudoso Paulão estaria completando 60 anos. Vítima de um acidente automobilístico quando dirigia um caminhão pelas estradas do nordeste do país, Paulão nos deixou há poucos anos.
Lembro-me bem que fui convidado por ele para ingressar no seu time de futebol, o Veterano Esporte Clube, e aceitei feliz e prontamente, pois iria me juntar a grandes amigos que já faziam parte da sua equipe de masters. Essa equipe se tornou a base do 9 de Março, com a participação de nada menos do que dez integrantes que aparecem na fotografia abaixo, confirmando a qualidade técnica dos seus integrantes. Com exceção do goleiro, de Carlão e de Fá, todos os outros jogaram no 9 de Março, sendo seis titulares absolutos na melhor formação do time.

A todos aqueles que conviveram harmoniosamente com o saudoso Paulão, amigos, colegas e familiares, essa minha pequena homenagem. Que DEUS o tenha em seus domínios.
Fotografia tirada no campo do Jardim Panorama, em Espinosa
Em pé: Leu, goleiro não identificado, Carlão, Beto, Zinho, Eduardo e Salvador;
PAULÃO, Dai, Rubens, Eustáquio, Nívio, Fonso com Rogério e Fá.
Na fotografia abaixo, no Estádio Caldeirão, já no 9 de Março, Paulão é o primeiro em pé, à esquerda.

9 de Março no Estádio Caldeirão
Em pé: PAULÃO, Claudão, Tiãozinho, Walter, Palau, Maurício, Beto e Doidinho;
Agachados: Tintin, Fonso, Célio, Rubens, Dai, Eustáquio, Nívio e Tarcísio.
   
Gostaria também de, nesta oportunidade, homenagear o nosso torcedor maior, Cal (Luiz Carlos), irmão de Tarcísio, que faleceu recentemente, ainda muito jovem. Meus sentimentos a todos os familiares e amigos, especialmente ao meu grande amigo e companheiro de tantas aventuras, Tarcísio.

9 de Março no Estádio Caldeirão
Em pé: Doidinho, Tiãozinho, Ró, Véio, Tarcísio, Eustáquio, Palau e Dai;
Agachados: CAL, João Carlos, Zinho, Ito, Alair, Naneza, Fonso e Ernani;
Os garotos André, Gabriel (Bila), Ricardo, Bia e Rogério.



 

segunda-feira, 13 de setembro de 2010 41627

46 - Torneio de Futebol Society da AABB Montes Claros 346o6x

Ontem, domingo, 12 de setembro, aconteceu o torneio-início do VII Torneio Interno de Futebol Society da AABB Montes Claros, que, este ano, para minha alegria e satisfação, me homenageará. Disputado apenas pelos peladeiros do clube, o torneio contará com 5 equipes divididas em titulares e aspirantes. São elas: O Boticário, Jac´s Forneria, Stillo Inox, Centro Odontológico e Banco do Brasil. Confira abaixo algumas fotografias da abertura do evento.

Abertura do Torneio na AABB Montes Claros
Equipe do Banco do Brasil: Em pé: Gilberto Brant, Tiãozinho,
Josedeth, Jádson, Samuel, Ricardo e Alberto;
Agachados: Miro, Tiago Lopes, Élcio, Eustáquio, Éder e Geremias.

sábado, 11 de setembro de 2010 11q59

45 - O eterno e insubstituível "Rei" Roberto Carlos 6r6c6j

Terminei de ler nesta semana, e recomendo a leitura, a biografia não autorizada do "Rei da Música Brasileira", o cantor e compositor Roberto Carlos. De autoria do jornalista baiano, nascido em Vitória da Conquista aos 14 de março de 1962, Paulo César de Araújo, o livro da Editora Planeta do Brasil, "Roberto Carlos em Detalhes", conta toda a difícil, brilhante e importantíssima trajetória do maior ídolo da música popular brasileira de todos os tempos. O livro detalha toda a carreira do "Rei" desde a sua infância em Cachoeiro do Itapemirim, o acidente com a locomotiva aos 6 anos que amputou a sua perna direita logo abaixo do joelho, o início no rádio, o primeiro disco (fracassado), a chegada à televisão e o sucesso do Programa Jovem Guarda, as mudanças de repertório, as guinadas e os dramas da carreira artística, os seus grandes amores e a manutenção da idolatria de milhões de brasileiros de todas as classes sociais em todo o país. Além de inúmeros fãs em todo o mundo.
Como muitos, sou um grande irador da música de Roberto e Erasmo, seu fiel companheiro de composição. Não gosto muito das suas músicas do início de carreira, da época da Jovem Guarda e nem das dos últimos vinte anos, quando ele basicamente compôs músicas para a sua mulher Maria Rita e de apelo religioso. Aquelas que eu adoro foram compostas basicamente nas décadas de 70 e 80, como "Detalhes", "O portão", "Você em minha vida", "Os seus botões", "O homem", "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos" (homenagem a Caetano Veloso), "Café da manhã", "Cavalgada", "Proposta", "Rotina", "Fera ferida", etc. Ficaria escrevendo aqui por um bom tempo todas as grandes e inesquecíveis músicas de Roberto e Erasmo Carlos. 
Atualmente é comum ver a garotada curtindo músicas cantadas pelo Skank, Titãs, Jota Quest, sem ter noção alguma de saber que são composições da dupla Roberto e Erasmo.
Sempre digo que eu gostaria de estar vivo para presenciar a despedida de dois dos meus maiores ídolos: Roberto Carlos e Pelé. É claro que rezo para que eles tenham uma vida longa, mas fico imaginando a comoção nacional e até mundial quando esses dois ícones da música e do futebol nos deixarem. Será uma catástrofe sem igual.
Quanto ao livro, até hoje não entendi a razão pela qual Roberto Carlos proibiu a publicação do belo trabalho do Paulo César de Araújo. Fã declarado do cantor, ele conta a história de Roberto com o maior respeito, honestidade e consideração. Outro livro do autor, a que também li e recomendo, foi "Eu não sou cachorro, não", que conta a controversa relação dos cantores chamados "bregas" com a brutal ditadura militar no Brasil. Vale a pena conferir.


Dê uma olhadinha aqui nesses vídeos e se emocione com o enorme talento do nosso "Rei". Um abraço.

http://www.youtube.com/watch?v=TKVJgb1JryA
http://www.youtube.com/watch?v=FL8_eAkRdnA
http://www.youtube.com/watch?v=Igev7-X_oY8
http://www.youtube.com/watch?v=IiDdZvpucx0

domingo, 5 de setembro de 2010 4b6431

44 - Os estudantes anônimos de Espinosa: quem seriam? 646j5g

Há algum tempo consegui esta bela foto na Internet, de J. Novaes Photo, no site do Arquivo Público Mineiro, mostrando pequenos estudantes de Espinosa ao lado da professora Joana Antunes da Silva Tolentino, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil em 30 de setembro de 1922, quando a cidade ainda tinha o nome de Lençóis do Rio Verde. Muito legal. Pena não poder identificar toda aquela meninada vestida de soldado. Alguém aí teria uma idéia de quem seriam aqueles meninos todos?

terça-feira, 31 de agosto de 2010 3o2g2g

43 - GALO bicampeão da segundona? 626a6p

A coisa tá feia. Amargando a zona de rebaixamento do campeonato brasileiro após 17 rodadas, na 18ª colocação, com a pior defesa, com o maior número de derrotas (11) e com um aproveitamento pífio de apenas 27,5 %, o GALO parece condenado a novamente cair para a segunda divisão do futebol brasileiro. Mesmo contando com o melhor centro de treinamento do país, a Cidade do GALO, com uma comissão técnica de alto nível, com Wanderley Luxembrurgo e Antônio Melo e com grandes contratações de jogadores, o Atlético parece que não vai encontrar tão cedo o caminho das vitórias e dos títulos. O que se desenha hoje é a briga para não ser rebaixado para a segundona. Tarefa difícil, já que o time não se acerta em campo, com desempenho medíocre e falhas infantis de alguns atletas, que acabam por resultar em mais e mais derrotas. Na partida contra o Palmeiras, após sair na frente com um gol de Neto Berola, tudo parecia que finalmente daria certo, mas o erro infantil do lateral direito Rafael Cruz que, ao invés de atrasar a bola para o goleiro Fábio Costa, tentou sair jogando pela lateral e teve a bola roubada pelo atacante Kléber, resultou no gol de empate e complicou a vida atleticana. 
Não acredito que a saída de Luxemburgo seja a solução do problema, pois o investimento foi muito alto e as contusões, a falta do Mineirão e a precária forma física de alguns jogadores influíram sobremaneira no desempenho ruim da equipe. 
Mas com muito bom humor, devemos nos lembrar que o Luxa, quando chegou, disse que viria para ganhar pelo menos um título nacional, não é mesmo? Já ganhamos o título mineiro e agora temos tudo para nos tornar bicampeões brasileiros da segunda divisão em 2011.  É esperar para ver o que acontece. Mas qualquer que seja o desenlace desse filme de terror, estaremos com o GALO até a morte, sempre apaixonadamente.

sábado, 21 de agosto de 2010 422u49

42 - A mais famosa esquina espinosense 6q711t

Algumas esquinas foram eternizadas por grandes artistas em suas músicas e suas histórias. A esquina das Ruas Divinópolis e Paraizópolis, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte entrou para a História por ter sido o cenário da criação do famoso "Clube da Esquina". Os talentosos garotos ali se reuniam para bater papo, jogar bola, tocar e falar de música, escutar Beatles e iniciar uma carreira musical das mais importantes para a música popular brasileira. Lô Borges, Tavinho Moura, Fernando Brant, Wagner Tiso, Toninho Horta, Flávio Venturini, Mílton Nascimento e Beto Guedes, entre outros, criariam músicas inesquecíveis, de grande qualidade, imortalizadas nos discos intitulados Clube da Esquina 1 e 2, o início de tudo.

Disco Clube da Esquina 1

Disco Clube da Esquina 2

A famosa esquina das Ruas Divinópolis e Paraizópolis, no Santa Tereza em BH
Outra esquina famosa foi imortalizada por Caetano Veloso na música "Sampa". A letra diz: "Alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João, é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi, da dura poesia concreta de tuas esquinas, da deselegância discreta de tuas meninas".


Em Espinosa, a esquina mais famosa da cidade é, sem dúvida, a esquina da Rua Coronel Domingos Tolentino, a "Rua da Resina", com a minúscula Rua Arthur Bernardes. Ali era o ponto de encontro de uma turma enorme de meninos e meninas que, em completa algazarra, alegria e convívio fraternal, soltavam a sua criatividade e energia em mil brincadeiras. As casas de "Sêo" Vavá, "Madrinha" Judith e "Tia" Zulmira serviam de cenário para todo tipo de brincadeira na rua: quatro cantos, gude (bilóia), chicotinho queimado, "guerau", dupla, finca, 31 de janeiro, queimada, e tantos outros mais. Era uma farra só. E quantos olhares e beijos apaixonados, quantas demonstrações de amor e carinho, quantos momentos inesquecíveis aconteceram ali? Era nessa esquina também que nos reuníamos para inventar e decifrar charadas. Eram participantes ativos "Sêo" João Meira, o saudoso Nenzão, Luizão, Lelo, Eustáquio, Magrão, Júlio, Quinha e muitos outros. Quanta saudade!



Quinha, com Cristian e Tatiane, Eustáquio,
Nusa, Luciana, Vânia, Ágda e Lói.
 
A esquina da minha vida, onde se vê o casarão onde viveu
minha avó, "Madrinha" Judith
Vista da esquina a partir do Rio São Domingos

terça-feira, 17 de agosto de 2010 633671

41 - O campo de futebol society Izaías Mariano Mendes 6f4w5e

Zazá e Eustáquio em confraternização de final de ano
no antigo salão de festas da AABB-Espinosa
Desde a fundação da AABB, em Espinosa, que os primeiros dirigentes sonhavam em construir um campo de futebol gramado, ainda inexistente na cidade. Nas atas das reuniões da associação, sempre havia o projeto e o desejo de iniciar uma campanha para arrecadar fundos para a realização da obra. Mas o tempo ou, não havia verba e a dificuldade de arrumar dinheiro se intensificou e o sonho ficou pelo caminho por um longo período. No ano de 2001, se não me engano, Mílton Barbosa, um grande e entusiasmado empreendedor, decidiu que já era hora de fazer virar realidade a velha aspiração dos associados da AABB-Espinosa. Em contato comigo, então presidente do clube, me propôs o início do projeto. Meio descrente e desanimado, concordei em ajudá-lo. Mílton Barbosa, com toda a sua dedicação e capacidade de trabalho, tomou as primeiras providências e conseguiu a matéria-prima inicial para o início do empreendimento, além do patrolamento do terreno. Logo depois, contratou o Dionísio "Maria Loura" para cuidar da aquisição e do plantio da grama. E a coisa foi caminhando devagar, mas sem interrupções. Depois que o gramado ficou pronto, a luta foi para a construção de um alambrado de proteção. Após vários meses de muita dificuldade em arrecadar recursos, o tão sonhado campo de futebol society estava pronto. Decidimos então homenagear uma pessoa maravilhosa, meu colega de trabalho e amigo de coração, que havia nos deixado de forma trágica em um acidente automobilístico há pouco tempo: Izaías Mariano Mendes, o Zazá.
Campo de futebol society Izaías Mariano Mendes
na AABB-Espinosa
Abaixo uma fotografia que mostra o campo ainda "desgramado", quando estávamos ainda plantando as árvores que, hoje, embelezam e dão sombra aos torcedores.

Cléa e Renato no plantio das árvores do campo society
Espero que todos os que hoje utilizam o campo da AABB-Espinosa, para praticar esportes e fazer confraternizações, tenham consciência da dificuldade enfrentada por todos os que, de alguma forma, lutaram para que esse sonho antigo virasse realidade e cuidem bem para que ele permaneça conservado e útil por muito tempo, para usufruto das próximas gerações. E não se esqueçam de agradecer à Mílton, o idealizador e principal responsável pela sua implementação. 
A foto abaixo mostra a galera de craques espinosenses após a pelada do domingo na AABB-Espinosa, saboreando uma cervejinha gelada do Bar do Tiva ao som de Pé-Durinho e sua banda.

Juliano, Eustáquio, Rubens, Fabiano, Meire, Ricardinho, Rogerinho, Marquinhos, Tintin e Júnior (de costas)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010 6o106u

40 - "Os guerreiros do Apocalipse" ou "Os pistoleiros do entardecer" 6l53l

Fotografia tirada no jardim em frente ao Cine Coronel Tolentino,
na Praça Antonino Neves, em novembro de 1973. Em pé, os
"guerreiros" Quinha, Eustáquio e Júlio portando as suas "armas";
 sentados: pessoa não identificada, Júlia (Irmã de Julinho Figueiredo),
Regina, Socorro, Marco Uíla (Irmãos de Daílson) e Zé Brasinha.
A garotada feliz da Rua da Resina.

Bons tempos! Como era bom viver em Espinosa naquela época. Ficávamos quase que o dia inteiro (depois das aulas, claro) brincando nas ruas e no Rio São Domingos, que era o nosso playground natural. As nossas brincadeiras incluíam, sem discriminação, meninos e meninas, crianças e adolescentes. Não precisávamos de dinheiro para comprar brinquedos, pois nós mesmos os fabricávamos com a matéria-prima extraída das árvores que margeavam o Rio São Domingos ou das coisas descartadas pelas pessoas. Observe que na foto acima, as nossas "armas" são apenas os caules da mamoneira, que na nossa fértil imaginação se transformavam em armas de grande tecnologia. Não havia trânsito pesado de carros, não havia ladrões, não havia poluição e podíamos beber água do rio sem risco de contrair doenças. Ainda mais, saboreávamos frutas diversas encontradas nas árvores das margens do rio, como jatobá, pitomba, bacupari, manga, tamarindo, entre outras. Delícia!


Bacupari
Pitomba
Jatobá
Tamarindo