Espinosa, meu éden 6r4r4o

Espinosa, meu éden

terça-feira, 21 de junho de 2011 1j3f1m

155 - Dia de São João, dia de muita alegria! 6q131h

Nestes tempos de festas juninas, lembro-me com bastante saudade das noites de São João em Espinosa. A compra dos traques, dos estalos de salão e das bombinhas pela minha mãe, era esperada com imensa ansiedade. Lá no final da Rua da Resina, nos fundos do antigo Mercado Municipal, as vendas de Sêo Antônio Miranda e Sêo Aristides eram os locais preferidos para a compra dos fogos de artifício. Ficávamos babando de vontade de comprar tudo aquilo exposto em cima do balcão. Não via a hora de chegar a noite de São João para soltar os traques e os estalos de salão, tudo de uma só vez, sem dó. Não sobrava nada para o outro dia. Ficávamos ali próximos à fogueira para acender os traques na madeira incandescente e, com muita coragem, soltá-los segurando bem na pontinha dos dedos, virando o rosto para o outro lado, para não ser surpreendido com faíscas nos olhos. Os estalos de salão eram arremessados com força no corpo dos companheiros, na maior bagunça. As bombinhas eram utilizadas de outras maneiras. A que me dava mais prazer era quando arrumávamos latinhas de sardinha vazias e, depois de acender a bomba, colocá-la debaixo da latinha e correr pra longe e esperar o estouro e o arremesso dela para as alturas. Era bom demais! E a rua totalmente tomada pelas fogueiras nas portas das casas? E a batata doce assada nas cinzas da fogueira? E as bandeirolas coloridas penduradas, cuidadosamente confeccionadas com o maior carinho por todas as mulheres da rua? E as músicas de São João, que embalavam todos aqueles momentos maravilhosos e encantadores? Nunca me saem da cabeça. Vejam algumas delas:



CAPELINHA DE MELÃO
Autores: João de Barros e Adalberto Ribeiro

Capelinha de melão
é de São João.
É de cravo, é de rosa, é de manjericão.
São João está dormindo,
não me ouve não.
Acordai, acordai, acordai, João.
Atirei rosas pelo caminho.
A ventania veio e levou.
Tu me fizeste com seus espinhos uma coroa de flor.
PEDRO, ANTÔNIO E JOÃO
Autores: Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago

Com a filha de João
Antônio ia se casar,
mas Pedro fugiu com a noiva
na hora de ir pro altar.
A fogueira está queimando,
o balão está subindo,
Antônio estava chorando
e Pedro estava fugindo.
E no fim dessa história,
ao apagar-se a fogueira,
João consolava Antônio,
que caiu na bebedeira.
SONHO DE PAPEL
Autores: Carlos Braga e Alberto Ribeiro

O balão vai subindo, vem caindo a garoa.
O céu é tão lindo e a noite é tão boa.
São João, São João!
Acende a fogueira no meu coração.
Sonho de papel a girar na escuridão
soltei em seu louvor no sonho multicor.
Oh! Meu São João.
Meu balão azul foi subindo devagar
O vento que soprou meu sonho carregou.
Nem vai mais voltar.
PULA A FOGUEIRA
Autor: João B. Filho

Pula a fogueira Iaiá,
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira já queimou o meu amor.
Nesta noite de festança
todos caem na dança
alegrando o coração.
Foguetes, cantos e troca na cidade e na roça
em louvor a São João.
Nesta noite de folguedo
todos brincam sem medo
a soltar seu pistolão.
Morena flor do sertão, quero saber se tu és
dona do meu coração.
Outra coisa que eu adoro nesta época é a famosa quadrilha. Mas aquela que tem um bom cantador, o cara que anima a turma toda, com todas aquelas coreografias agitadas e engraçadas. Anarriê! (En arrière, em francês, quer dizer para trás) Ah, também tem que ter o casamento na roça, claro. Meu grande amigo Alair, da Casa das Novidades, é fera nisso!
Pra quem quer aprender a cantar a quadrilha, aí vão os os. Os comandos da dança mais utilizados são:
BALANCÊ (balancer) – Balançar o corpo no rítmo da música, marcando o o, sem sair do lugar. É usado como um grito de incentivo e é repetido quase todas as vezes que termina um o. Quando um comando é dado só para os cavalheiros, as damas, permanecem no BALANCÊ. E vice-versa.
ANAVAN (en avant) – Avante, caminhar balançando os braços.
RETURNÊ (returner) – Voltar aos seus lugares.
TUR (tour) – Dar uma volta. Com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita.

Para acontecer a dança é preciso seguir os seguintes os:
01. Forma-se uma fileira de damas e outra de cavalheiros. Uma, diante da outra, separadas por uma distância de 2,5m. Cada cavalheiro fica exatamente em frente à sua dama. Começa a música. BALANCÊ é o primeiro comando.
02. CUMPRIMENTO ÀS DAMAS OU "CAVALHEIROS, CUMPRIMENTAR DAMAS": Os cavalheiros, balançando o corpo, caminham até as damas e cada um cumprimenta a sua parceira, com mesura, quase se ajoelhando em frente a ela.
03. CUMPRIMENTO AOS CAVALHEIROS OU "DAMAS, CUMPRIMENTAR CAVALHEIROS": As damas, balançando o corpo, caminham até aos cavalheiros e cada uma cumprimenta o seu parceiro, com mesura, levantando levemente a barra da saia.
04. DAMAS E CAVALHEIROS, TROCAR DE LADO: Os cavalheiros dirigem-se para o centro. As damas fazem o mesmo. Com os braços levantados, giram pela direita e dirigem-se ao lado oposto. Os cavalheiros vão para o lugar antes ocupado pelas damas. E vice-versa.
05. PRIMEIRAS MARCAS AO CENTRO: Antes do início da quadrilha, os pares são marcados pelo n° 1 ou n° 2. Ao comando "primeiras marcas ao centro", apenas os pares de n° 1 vão ao centro, cumprimentam-se, voltam, os outros fazem o "o no lugar" . Estando no centro, ao ouvir o marcador pedir balanceio ou giro, executar com o par da fileira oposta. Ouvindo "aos seus lugares", os pares de n° 1 voltam à posição anterior. Ao comando de "segundas marcas ao centro", os pares de n° 2 fazem o mesmo.
6. GRANDE EIO: As filas giram pela direita, se emendam em um grande círculo. Cada cavalheiro dá a mão direita à sua parceira. Os casais eiam em um grande círculo, balançando os braços soltos para baixo, no rítmo da música.
07. TROCAR DE DAMA: Cavalheiros à frente, ao lado da dama seguinte. O comando é repetido até que cada cavalheiro tenha ado por todas as damas e retornado para a sua parceira.
08. TROCAR DE CAVALHEIRO: O mesmo procedimento. Cada dama vai ar por todos os cavalheiros até ficar ao lado do seu parceiro.
09. O TÚNEL: Os casais, de mãos dadas, vão andando em fila. O casal da frente para, levanta os braços, voltados para dentro, formando um arco. O segundo casal a por baixo e levanta os braços em arco. O terceiro casal a pelos dois e faz o mesmo. O procedimento se repete até que todos tenham ado pela ponte.
10. ANAVAN TUR: A dama e o cavalheiro dançam como no TUR. Após uma volta, a dama a a dançar com o cavalheiro da frente. O comando é repetido até que cada dama tenha dançado com todos os cavalheiros e alcançado o seu parceiro.
11. CAMINHO DA ROÇA: Damas e cavalheiros formam uma só fila. Cada dama à frente do seu parceiro. Seguem na caminhada, braços livres, balançando. Fazem o BALANCÊ, andando sempre para a direita.
12. OLHA A COBRA! Damas e cavalheiros, que estavam andando para a direita, voltam-se e caminham em sentido contrário, evitando o perigo. Vários comandos são usados para este o: "olha a chuva", "olha a inflação", "olha o assalto", "olha o ...(cita-se o nome de um político impopular na região). A fileira deve ir deslizando como uma cobra pelo chão.
13. É MENTIRA! Damas e cavalheiros voltam a caminhar para a direita. Já ou o perigo. Era alarme falso.
14. CARACOL: Damas e cavalheiros estão em uma única fileira. Ao ouvir o comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol.
15. DESVIAR: É a palavra-chave para que o guia procure executar o caracol, ao contrário, até todos estarem em linha reta.
16. A GRANDE RODA: A fila é única agora, saindo do caracol. Forma-se uma roda que se movimenta, sempre de mãos dadas, à direita e à esquerda como for pedido. Neste o, temos evoluções. Ouvindo "duas rodas", damas para o centro; as mulheres vão ao centro, dão as mãos. Na marcação "duas rodas", cavalheiros para dentro, acontece o inverso, as rodas obedecem ao comando, movimentando para a direita ou para a esquerda. Se o pedido for "damas à esquerda" e "cavalheiros à direita" ou vice-versa, uma roda se desloca em sentido contrário à outra, seguindo o comando.
17. COROAR DAMAS: Volta-se à formação inicial das duas rodas, ficando as damas ao centro. Os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços sobre as cabeças das damas. Abaixam os braços, então, de mãos dadas, enlaçando as damas pela cintura. Nesta posição, se deslocam para o lado que o marcador pedir.
18. COROAR CAVALHEIROS: Os cavalheiros erguem os braços e, ao abaixar, soltam as mãos. am a manter os braços balançando, junto ao corpo. São as damas agora, que erguem os braços, de mãos dadas, sobre a cabeça dos cavalheiros. Abaixam os braços, com as mãos dadas, enlaçando os cavalheiros pela cintura. Se deslocam para o lado que o marcador pedir.
19. DUAS RODAS: As damas levantam os braços, abaixando em seguida. Continuam de mãos dadas, sem enlaçar os cavalheiros, mantendo a roda. A roda dos cavalheiros é também mantida. São novamente duas rodas, movimentando, os duos, no mesmo sentido ou não, segundo o comando. Até a contra-ordem!
20. REFORMAR A GRANDE RODA: Os cavalheiros caminham de costas, se colocando entre as damas. Todos se dão as mãos. A roda gira para a direita ou para a esquerda, segundo o comando.
21. DESPEDIDA: De um ponto escolhido da roda os pares se formam novamente, Em fila, saem no GALOPE, acenando para o público. A quadrilha está terminada. Nas festas juninas mineiras, paranaenses e paulistas, após o encerramento da quadrilha, os músicos continuam tocando e o espaço é liberado para os casais que queiram dançar.
Sobre São João Batista: João Batista (Judeia, 2 a.C. - 27 d.C.) foi um pregador judeu, do início do século I, citado pelo historiador Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia. Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no Rio Jordão, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adotados pelo cristianismo. O aprisionamento de João ocorreu na Pereia, a mando do Rei Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 d.C. Ele foi levado para a fortaleza de Macaeros (Maqueronte), onde foi mantido por dez meses até ao dia de sua morte. O motivo desse aprisionamento apontava para a liderança de uma revolução. Herodias, por intermédio de sua filha, conseguiu coagir o Rei na morte de João, e a sua cabeça foi-lhe entregue numa bandeja de prata e depois foi queimado em uma fogueira numa das festas palacianas de Herodes. Os discípulos de João trataram do sepultamento do seu corpo e de anunciar a sua morte ao seu primo Jesus. Fonte: Wikipedia.
A seguir um resumo sobre as características da festa.

Um santo muito comemorado no mês de junho é São João. Esse santo é o responsável pelo título de “santo festeiro”, por isso, no dia 24 de junho, dia do seu nascimento, as festas são recheadas de muita dança, em especial o forró. No Nordeste do País, existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido como protetor dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dores de cabeça e de garganta. Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a palha e o manjericão.
Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são “para acordar São João”. A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à terra. As fogueiras dedicadas a esse santo têm forma de uma pirâmide com a base arredondada.
O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24 de junho. O mastro, composto por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São João do carneirinho. A bandeira é colocada no topo do mastro. O responsável pelo mastro, que é chamado de “capitão” deve, juntamente com o “alferes da bandeira”, responsável pela mesma, sair da véspera do dia em direção ao local onde será levantado o mastro. Contra a tradição que a bandeira deve ser colocada por uma criança que lembre as feições do santo. O levantamento é acompanhado pelos devotos e por um padre que realiza as orações e benze o mastro. Uma outra tradição muito comum é a lavagem do santo, que é feita por seu padrinho, pessoa que está pagando por alguma graça alcançada. A lavagem geralmente é feita à meia-noite da véspera do dia 24 em um rio, riacho, lagoa ou córrego. O padrinho recebe da madrinha a imagem do santo e lava-o com uma cuia, caneca ou concha. Depois da lavagem, o padrinho entrega a imagem à madrinha que a seca com uma toalha de linho. Durante a lavagem é comum lavar os pés, rosto e mãos dos santos com o intuito de proteção, porém, diz a tradição que se alguma pessoa olhar a imagem de São João refletida na água iluminada pelas velas da procissão, não estará vivo para a procissão do ano seguinte.
Fonte: brasilcultura.com.br

domingo, 19 de junho de 2011 1b1728

154 - Inusitada convenção canina 652m2m

Em um dia qualquer, ao chegar em casa, presenciei uma cena bastante insólita em frente a um prédio de apartamentos em minha rua, aqui em Montes Claros. Vários cachorros de diversos tamanhos e raças estavam confortavelmente deitados no eio do Edifício Creta, como se estivessem fazendo ali uma manifestação pacífica de protesto por algum motivo indeterminável. Seria uma reivindicação de que, afinal? Talvez fosse apenas uma reunião de velhos amigos. Jamais saberemos. Mas fica o registro para a eternidade.
Consegui contar a presença de 14 cachorros nesta reunião inusual

O que pretendiam todos esses cães? 

Interessante flagrante na correria da cidade grande

153 - A paz e o amor em meio ao caos e a balbúrdia 3v3b6j

Uma fotografia publicada na imprensa mundial despertou a atenção de todo o mundo pelo inusitado da cena: em meio a uma verdadeira batalha entre torcedores de hóquei e os policiais da tropa de choque da cidade de Vancouver, no Canadá, dois jovens se beijam carinhosamente, deitados no chão. A fotografia, de autoria do fotógrafo Rich Lam, da agência Getty, foi captada em meio às manifestações violentas dos torcedores do Vancouver Canucks, que depredaram prédios e incendiaram carros depois da derrota do seu time para o Boston Bruins, por 4 x 0, na final da NHL, na Stanley Cup.
A belíssima fotografia flagra o carinho entre dois jovens
durante manifestações violentas em Vancouver
Soube-se depois que os protagonistas da bela cena romântica eram os amigos Scott Jones, australiano, e a canadense Alex Thomas. Scott contou que beijou a amiga para tentar acalmá-la, já que ela chorava desesperadamente depois de ser derrubada no asfalto pela turba descontrolada. O ato de carinho e amor era a tentativa de consolá-la naquele momento de grande dificuldade. Simplesmente lindo!

152 - Imagens de uma excitante e surpreendente Espinosa 26321

Os altos coqueiros perfilados parecem observar
atentamente o Morro do Quem-quem logo à frente

A rodoviária deserta aguarda os ageiros que chegarão
ou sairão da cidade em breve, num eterno vai-e-vem

Os trilhos da estrada de ferro descansam solitários à espera da
volta dos ageiros do saudoso trem baiano
O cão de guarda observa atentamente a movimentação
dos antes na rua, cuidando da segurança da loja

A árvore carregada de frutos à espera da colheita

Os desenhos no muro mostram a arte pouco presente na cidade,
sem espaço para se desenvolver

A faixa de pedestre, curiosamente pintada no meio da rua, lembra
o famoso quarteto de Liverpool, os Beatles, em uma das mais
 famosas capas de disco de todos os tempos, a de Abbey Road

A farta vegetação às margens do Rio São Domingos, próximo à
ponte da linha férrea, mostra a possibilidade de recuperação do rio 


A família de lagartixas sai para ear em um domingo
de muito sol na cidade de Espinosa

Nem a falta de espaço no eio impediu a moradora
de criar, com rara criatividade, o seu belo e florido jardim
A árvore completamente florida parece querer saltar
para a rua e contagiar os transeuntes
Esta outra árvore parece invadir a residência com suas
flores cor-de-rosa, cobrindo todo o telhado
A mensagem bíblica tenta despertar da alienação
as pessoas que por ali am

Na solidão do "corte" da ferrovia, sob o viaduto, o umbuzeiro
milagrosamente consegue brotar no meio do paredão de pedras

À sombra das árvores, os velhos amigos se distraem
em disputadas partidas de carteado
O espinosense tranquilo, deitado calmamente na rede, ouve música
e mostra não ter medo das almas penadas, em frente ao cemitério
Para os que estão distantes de casa matar a saudade. Coisas de Espinosa! Um grande abraço espinosense.

sexta-feira, 17 de junho de 2011 2p5462

151 - 80 anos do gênio criador da Bossa Nova: João Gilberto 165q3d

Quem ainda não ouviu falar da "Bossa Nova"? Quem ainda não teve o privilégio de escutar a voz macia e sussurrada do virtuose violonista baiano que inventou uma batida rítmica diferente, que desaguou na mais conhecida vertente da música brasileira em todo o mundo? Quem ainda não conhece o "Pai da Bossa Nova", João Gilberto? Não sabe o que está perdendo, meu amigo! Peça um disco emprestado, faça um pedido à sua rádio favorita, procure nas enciclopédias, e a Internet, pesquise no Google, faça qualquer coisa mas não deixe de ouvir a Bossa Nova e um dos seus maiores representantes, o João.
A dupla criadora da Bossa Nova: João Gilberto e Tom Jobim
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira nasceu na cidade baiana de Juazeiro, em 10 de junho de 1931. Completou neste ano de 2011, portanto, seus 80 anos de vida.
O jovem João Gilberto, sempre com o seu violão
No final dos anos 40, residiu durante algum tempo em Salvador, onde trabalhou como crooner. Em 1949, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde integrou o conjunto vocal "Garotos da Lua", que fazia apresentações na rádio Tupi. João Gilberto também freqüentava a boate Plaza, reduto do cantor Johnny Alf. Demitido do grupo "Garotos da Lua", por seus hábitos estranhos e seus atrasos freqüentes, João Gilberto ou um período difícil em meados dos anos 1950, sendo socorrido por amigos.
O disco que marcou o início da Bossa Nova
No ano de 1958, ao participar do disco "Canção do amor demais" de Elizeth Cardoso, tocando violão nas faixas " Chega de saudade" e "Outra vez", com uma batida totalmente diferente de tudo que já se havia ouvido antes, João Gilberto viria revolucionar a música brasileira. A gravação deste disco, com interpretações de canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes pela cantora Elizeth Cardoso, é considerado o marco inicial da Bossa Nova, que logo iria invadir os Estados Unidos através de expoentes da música americana tais como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Charlie Byrd, Herbie Mann  e outros.
Mesmo com alguma desconfiança da gravadora Odeon, meses depois daquela gravação, João gravaria seu primeiro disco, um compacto de 78 rotações, com as músicas "Chega de saudade", numa releitura bem pessoal, e "Bim bom". Para esclarecer aos mais jovens, compacto era um disco de vinil de tamanho reduzido, com apenas uma (compacto simples) ou duas músicas (compacto duplo) de cada lado. Outra curiosidade é que, naqueles tempos, anos 50, imperava a voz potente dos cantores, com vozeirões famosos como Cauby Peixoto, Sílvio Caldas e Anysio Silva.
Ainda em 1958, em novembro, ele lançaria mais um compacto, desta vez com as músicas "Desafinado" e "Oba-lá-lá".
No ano seguinte, lançou seu primeiro LP (long play), chamado "Chega de Saudade", com arranjos de Tom Jobim, que logo se tornou um grande sucesso.
O primeiro disco (Long-play) de João Gilberto
Em curto espaço de tempo, João Gilberto gravou mais três LPs. A criteriosa escolha do repertório, com compositores como Tom Jobim e Dorival Caymmi, e a interpretação originalíssima das canções deram um destaque sem precedentes a João Gilberto. Logo adquiriu a reputação de genial criador de uma nova forma de compor.
No começo dos anos 1960, com a explosão mundial da bossa nova, João Gilberto transferiu-se para Nova York. Apresentou-se no Carnegie Hall, com grande repercussão, e realizou uma grande quantidade de shows nos Estados Unidos. Em 1964, a gravadora Verve lançou o disco "Stan Getz", com participação de João Gilberto. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e ganhou seis prêmios Grammy.
O disco que tornou mundial a música da Bossa Nova
Nos Estados Unidos, João Gilberto gravou muitos discos, alguns lançados concomitantemente no Brasil. Gravou, entre outros, "João Gilberto", "White Álbum" e "Amoroso".
Residiu depois por dois anos no México, onde gravou "João Gilberto en Mexico", um disco de boleros, lançado em 1971. Voltou ao Brasil em 1981, fixando-se no Rio de Janeiro. Fez amizade com grandes figuras da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Chico Buarque. Gravou mais alguns álbuns no Brasil, como "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" e "Eu sei que vou te amar". Em 2000, o compositor lançou o CD "João, Voz e Violão". Fonte: uol.com.br
João Gilberto em sua última apresentação, em São Paulo, em 2008
João Gilberto, como todo gênio, tem suas excentricidades. Vive recluso em um apartamento alugado no Bairro do Leblon, há muito tempo não concede entrevistas, comunica-se com os amigos, na maioria das vezes, por telefone, nunca é visto em programas de televisão, não recebe visitas, com raras exceções, não aparece publicamente e, como bom perfeccionista, é sempre flagrado reclamando muito da qualidade do som e da falta de silêncio da platéia em suas apresentações. Ganhou, por isso, fama de chato, exigente e irascível. Mas ninguém nega o seu imenso talento. Até hoje, muitos críticos não entendem o porquê da importância e da qualidade do seu trabalho. Paradoxalmente, ele cria e processa música complicada de uma maneira que parece simples. Ele canta e toca de uma maneira tão original que, por mais que se tente fazer igual, nem mesmo os melhores músicos e instrumentistas conseguem igualar.
O gênio excêntrico e introspectivo
Inúmeros artistas brasileiros, tais como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão, Chico Buarque, Tom Zé, entre tantos, foram intensamente influenciados pela forma de tocar e de cantar de João Gilberto, desde os tempos em que morou, por um curto período, na casa da sua irmã, em Diamantina, quando varava a noite, dedilhando o seu violão infinitamente, tentando encontrar a batida perfeita, para desespero dos vizinhos.
João em um momento raro de descontração
Apesar de suas conhecidas  excentricidades, João Gilberto ganhou o coração de algumas cantoras famosas da música brasileira. Namorou com Sylvinha Telles, casou-se com Astrud Gilberto (mãe de seu filho João Marcelo), Nana Caymmi e Miúcha, irmã de Chico Buarque, com quem teve a filha Bebel Gilberto, também cantora e compositora, que vive atualmente nos Estados Unidos. Aos 75 anos, em 2006, descobriu que era pai de uma garotinha de 2 anos, fruto de um relacionamento com a jornalista Cláudia Faissol.
Muito da história da vida de João Gilberto, pode ser conferido no livro de Ruy Castro: "Chega de saudade - A história e as histórias da Bossa Nova" (Companhia das Letras-1990).
João Gilberto, lenda viva da música mundial
Enquanto os cantores e bandas atuais investem mais e mais na parafernália eletrônica, com palcos portentosos e poderosíssimos aparelhos de som, João Gilberto precisa tão somente de um banquinho e um violão para arrastar iradores e destilar a sua arte, desde que, obviamente, a qualidade do som esteja ótima e o silêncio impere. Vivemos uma época em que, na música, cada vez mais o barulho ensurdecedor é o primordial, escondendo, talvez, a falta de talento de muitos. João Gilberto, ao contrário, canta cada vez mais baixinho, acompanhado apenas pelo seu violão, que nos parece intrinsecamente ligado ao seu corpo. No Brasil, as últimas apresentações do cantor aconteceram em 2008, dois dias no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, um dia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a última no Teatro Castro Alves, em Salvador. Circulam notícias na imprensa dando conta de que ele se apresentará em várias capitais brasileiras, ainda este ano, a partir de agosto, incluindo a gravação de dois DVDs, registro inexistente em sua longa carreira. São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Porto Alegre serão, inicialmente, as cidades privilegiadas. Agora, só nos resta torcer para que isto se concretize. João é único!
Nada mais original: João e o seu violão, um verdadeiro mito
Discografia

Quando você recordar/Amar é bom - 78 rpm single (Todamerica, 1951)
Anjo cruel/Sem ela - 78 rpm single (Todamerica, 1951)
Quando ela sai/Meia luz - 78 rpm single (Copacabana, 1952)
Chega de saudade/Bim bom - 78 rpm single (Odeon, 1958)
Desafinado/Hô-bá-lá-lá - 78 rpm single (Odeon, 1958)
Chega de saudade (Odeon, 1959)
O amor, o sorriso e a flor (Odeon, 1960)
João Gilberto (Odeon, 1961)
Brazil's brilliant João Gilberto (Capitol, 1961)
João Gilberto cantando as músicas do filme Orfeu do Carnaval (Odeon, 1962)
Boss of the Bossa Nova (Atlantic, 1962)
Bossa Nova at Carnegie Hall (Audo Fidelity, 1962)
The warm world of João Gilberto (Atlantic, 1963)
Getz/Gilberto (Verve, 1963)
Herbie Mann & João Gilberto (Atlantic, 1965)
Getz/Gilberto vol. 2 (Verve, 1966)
João Gilberto en México (Orfeon, 1970)
João Gilberto (Philips, 1970)
João Gilberto (Polydor, 1973)
The best of two worlds (CBS, 1976)
Amoroso (Warner/WEA, 1977)
Gilberto and Jobim (Capitol, 1977)
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (WEA, 1980)
Brasil (WEA, 1981)
Interpreta Tom Jobim (EMI/Odeon, 1985)
Meditação (EMI, 1985)
Live at the 19th Montreux Jazz Festival (WEA, 1986)
João Gilberto live in Montreux (Elektra, 1987)
O Mito (EMI, 1988)
The legendary João Gilberto (World Pacific, 1990)
João (PolyGram, 1991)
João (Polydor, 1991)
Eu sei que vou te amar (Epic/Sony, 1994)
João voz e violão (Universal/Mercury, 2000)
Live at Umbria Jazz (EGEA, 2002)
João Gilberto in Tokyo (Universal, 2004)
Fonte:Wikipedia




quinta-feira, 16 de junho de 2011 3x5k

150 - "Causos" e histórias espinosenses: Uma exaustivamente ensaiada declaração de amor 6q3g4b

É bastante comum, em nossa fase adolescente, apaixonar-se perdidamente e à primeira vista por uma garota um tanto quanto inatingível, fenômeno conhecido como amor platônico. Um dos meus melhores amigos, Pedrão*, encantou-se por uma menina que não tinha laços de amizade com ninguém da nossa Turma da Resina.
Nos nossos tempos de juventude, aos domingos à noite, depois de assistir à missa na Igreja Matriz, ficávamos ali na praça, sentados nos bancos batendo papo e "mexendo" com as meninas, ou rodávamos a praça conversando e observando inocentemente as beldades que cruzavam com a gente. Naquele tempo as meninas tinham horário para chegar em casa, coisa rara hoje em dia. Pois bem. Nestas situações rotineiras, a gente tentava motivar Pedrão* a se declarar para a menina, mas a sua timidez e o temor de uma resposta negativa o deixava meio ressabiado. Até que um dia, depois de ser bastante pressionado por nós, ele finalmente se encheu de coragem e resolveu abordar a menina para declarar a ela todo o seu amor e a sua imensa vontade de namorá-la. Com tudo minuciosamente ensaiado em sua mente, dia após dia, lá foi Pedrão*. Ao cruzar com a garota, encheu-se de brios e soltou a cantada, à queima-roupa:
- Desde que a vi, gostei de você e quero namorar com você.
A menina, meio assustada, apenas olhou para ele por longos e angustiantes segundos, virou o rosto e seguiu a sua caminhada pela praça, indiferente à dor de amor de nosso companheiro.
Totalmente desconcertado, Pedrão* retornou à nossa turma com uma enorme decepção estampada no rosto. Como bons amigos, só nos restou tirar o maior sarro e convidá-lo a tomar uma cervejinha no Espigão de "Sêo" Zé do Hotel e tentar consolá-lo pelo final infeliz de um amor impossível. Coisas de Espinosa! Um grande abraço espinosense.
*Pedrão: nome fictício.

terça-feira, 14 de junho de 2011 5a2b6i

149 - Pitacos desvairados IV 6y2l

Que coisa feia!

1) Se não bastassem os inconsistentes discursos decorados da maioria dos jogadores de futebol nas entrevistas na televisão e as pesadas correntes de extremo mau gosto, geralmente com as suas iniciais, penduradas no pescoço, eis que virou moda no futebol os cortes de cabelo mais extravagantes, uma verdadeira aberração. Ainda mais agora que um dos maiores garotos-propaganda desta mania é o cracaço de bola Neymar, um dos melhores jogadores da atualidade.
O moicano Guiñazu, do Internacional de Porto Alegre

O moicano com trancinhas do cracaço de bola Neymar, do Santos
2) Outra aberração no futebol atual é a infinidade de criações de novas camisas e, consequentemente, variações nos estilos da numeração do uniforme. Algumas camisas são muito bacanas, bem interessantes. Outras, infelizmente, são horríveis. A do Palmeiras na cor "marca-texto" e a "roxa" do Corínthians são exemplos de desacertos. A mais nova camisa da seleção brasileira, que é bem legal, traz, entretanto, um estilo de numeração simplesmente horroroso, de péssimo gosto. Parece desenho de menino de pré-escola, não é?
Estilo de numeração incrivelmente feio

Parecem desenhos de criança estes números da Amarelinha
3) O incrível enriquecimento de muitos dos nossos políticos, sem a devida explicação de seus ganhos, explicitado em denúncia feita ao ex-ministro Antônio Palocci, deixa-nos revoltados e incrédulos nos bons propósitos das pessoas públicas que deveriam se dedicar a defender os interesses do país e de sua população. É claro que a todos os acusados deve ser dada a presunção de inocência até que se prove o contrário. Mas é triste ver que ninguém se interessa em se expor publicamente e fazer, detalhadamente à população brasileira, os seus esclarecimentos.

4) A impunidade no nosso país sempre existiu, mas nos últimos tempos parece que chegou ao ápice. Pelo menos o "sentimento" de impunidade. A escalada da criminalidade no país chegou a níveis intoleráveis, que inverteram a lógica da segurança pública. Ao invés de estarem os criminosos presos, ocorre o contrário, com os cidadãos de bem recolhidos às suas residências, protegidas por grades, altos muros, cercas elétricas e câmeras. Estamos precisando urgentemente de um processo policial e judiciário como o realizado em Nova Iorque, com bastante sucesso, pelo então prefeito Rudolph Giuliani, o "Tolerância Zero". Baseado na "Broken Windows Theory", ou "Teoria das Janelas Quebradas", de autoria dos americanos James Q. Wilson, cientista político, e George Kelling, psicólogo criminologista, estudo que pregava que a desordem e a não repressão a pequenos delitos e contravenções desaguava inevitavelmente na criminalidade violenta, a política criminal chamada de "Tolerância Zero" conseguiu reduzir drasticamente os índices de criminalidade em várias cidades americanas, notadamente em Nova Iorque. Torna-se imperativo aplicá-la por aqui o mais rápido possível.
Ex-prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani

Viatura da New York Police Department
5) A brasileira Elaine Davidson, de 42 anos, enfermeira aposentada, é uma mulher bem diferente e extravagante. Bem extravagante mesmo! Conforme o Guinness Book, ela é a mulher que possui mais piercings no corpo, em todo o planeta.  A última contagem revelou que ela atualmente ostenta 6.925 piercings, pesando em torno de três quilos, sendo 192 só no seu rosto. Ela se casou em Edimburgo, capital da Escócia, neste 8 de junho de 2011, com um funcionário público inglês de 60 anos, chamado Douglas Watson, que, surpresa!, não possui nenhum piercing. Loucura total!
192 piercings só no rosto da noiva Elaine Davidson


O noivo Douglas Watson com a sua noiva bem sui-generis


148 - Espinosenses pelo mundo: Amphilóphio Sepúlveda 1w4n4p

Mais conhecido como Filó, Amphilóphio Sepúlveda (1891-1971) nasceu em Espinosa, norte de Minas Gerais. Era comerciante, possuía um açougue e um pequeno empório e era conhecido em toda a cidade de São Sebastião do Paraíso por falar com forte sotaque baiano. Gostava de conversar sobre política, pois tinha parentes no ramo em Belo Horizonte. Depois de se aposentar, gostava de ar o tempo escolhendo cereais sentado na porta de casa, onde tomava sol e parava pessoas que vinham a cavalo, charrete e de carro de boi. Ajudava financeiramente a Santa Casa de Paraíso e dizia sempre que havia escolhido o melhor lugar para viver, sentindo-se no “paraíso”. Era casado com Amélia Campos Sepúlveda, com quem formou uma família numerosa de 10 filhos. São eles: Anália Campos Sepúlveda, Aracy Campos Sepúlveda, Antônio Campos Sepúlveda, Anfilófio Campos Sepúlveda, Amador Campos Sepúlveda, Ary Campos Sepúlveda, Adélia Campos Sepúlveda, Alice Sepúlveda de Mello, Abdnor Campos Sepúlveda e Alaor Campos Sepúlveda. Faleceu em São Sebastião do Paraíso no ano de 1971, aos 80 anos.
Fonte: dicionariodasrueustaquiotolentinoespinosa-blogspot.diariomineiro.net.br
Sobre este espinosense não tenho maiores informações ou fotografias, infelizmente.

segunda-feira, 13 de junho de 2011 94s3k

147 - Festa de São João em Espinosa, na Vila de Santana 6c122b

O secretário de esportes, lazer e turismo de Espinosa, Roberto Rodrigues Muniz, o Ró de Serafim, enviou, para divulgação, um convite para participar do 1º São João da Vila, que acontecerá nos dias 23, 24 e 25 de junho, na Vila de Santana.
Promovido pela Prefeitura Municipal de Espinosa, o evento contará com barraquinhas de comidas típicas, fogueira, Espaço Ilha do Forró e a Vila de Santana estará completamente ornamentada para a festa, que terá a seguinte programação musical:

Dia 23 de junho (quinta-feira):
Forró Suco de Pimenta
Carlito Balieiro & Cia.
Zelito do Acordeon & Grupo Chamego

Dia 24 de junho (sexta-feira):
Robério e seus teclados
Ralysson & Gêra de Lima

Dia 25 de junho (sábado):
Banda Feras do Forró
5ª Dimensão
Judson Monteiro