Espinosa, meu éden 6r4r4o

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024 v5958

Centenário de Espinosa - Postagem 21 466x46

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Algumas pessoas se integram tão beneficamente à vida da gente, de maneira tão sutil e despretensiosa, que nem sequer percebemos. Quincão, de uma geração mais antiga que a minha, era um dos mais competentes e famosos motoristas de Espinosa, sempre preparado e disponível no seu táxi, uma Rural branca e azul impecavelmente limpa. Inicialmente eu não possuía qualquer intimidade com ele, pois ele atuava como árbitro de futebol e mantinha uma certa aura de seriedade e distância na função, em relação aos atletas. Mas tempos adiante, tornamo-nos amigos e bons companheiros de aventuras. 
Por algum tempo ele trabalhou como funcionário terceirizado para o Banco do Brasil, transportando funcionários para atuar no PAVAN-Posto Avançado de Sebastião Laranjeiras, na Bahia. O pessoal de lá, muito generoso e acolhedor, convidou-nos, a turma do Banco, para uma confraternização na pequena cidade, com eio no lindo Lajedo e partida de futebol amistosa. Lá fomos nós Bahia adentro guiados pelo velho Quincão. Os sebastiãolaranjeirenses nos acolheram com bastante carinho. Enquanto acontecia o nosso confronto futebolístico, alguns deles nos ofereciam água e até cerveja à beira do "desgramado". Em campo, nosso time se mostrava superior e Racine, então menor aprendiz do BB, destacava-se em campo, jogando muito e marcando o gol que nos colocou em vantagem no placar, 2 x 1. Faltando minutos para o término do tempo de jogo, Quincão marcou uma penalidade máxima completamente inexistente para a equipe de Sebastião Laranjeiras. Revoltados com o pênalti "roubado", partimos para cima de Quincão, reclamando da marcação claramente equivocada. Ao que ele, na maior serenidade e bom humor, respondeu algo como: "Vocês vêm pra cá, são recebidos com carinho, atenção, festa, bebida e comida à vontade, e ainda querem ganhar o jogo dos caras? Bando de mal-agradecidos!" Conformados, recuamos. E logo após a batida perfeita do pênalti e o empate registrado no placar, ele imediatamente encerrou a partida. E não é que ele tinha toda razão? A vitória na partida amistosa era o que menos importava, já que estávamos ali sendo maravilhosamente recepcionados, com todo zelo e afago. Depois do jogo, fomos todos curtir o Lajedo, uma maravilha da Natureza..   




Teve uma viagem da turma para Janaúba, para jogar bola. Fomos na Rural de Quincão. O Fiat 147 do nosso goleiraço Zé Américo quebrou e ele e a esposa Margareth se juntaram a nós em Mato Verde. Papo vai, gargalhada vem, notamos uma coisa esquisita. O toca-fitas só tocava uma única música repetidamente: "Deixa de Banca" ("Les Cornichons"), composição de Nino Ferrer e Jean Booker, versão de Eduardo Araújo, enorme sucesso na voz de Reginaldo Rossi. Intrigados, questionamos Quincão se o seu toca-fitas estava com problema, repetindo infinitamente a música. Ele abriu um largo sorriso e esclareceu que ele adorava a canção, por isso mandou gravá-la nos dois lados da fita. Que coisa maluca, sô! Ao final da viagem, não aguentávamos mais nem ouvir a palavra borobodá.   
Outra aventura memorável vivida ao lado de Quincão aconteceu quando fomos participar dos jogos da Fenabb em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, bem longe, depois de Uberlândia. Fomos de carro até Monte Azul, onde pegamos o trem até Montes Claros. Ali, alugamos uma velha Kombi na Monvep e pegamos a estrada para Ituiutaba. Foram peripécias seguidas que desencadearam muitas gargalhadas. Com o experiente Quincão ao volante, a velha Kombi quebrou na estrada, precisando de conserto. Com ajuda de Quincão, o mecânico resolveu o problema e seguimos adiante, cansados mas felizes com as histórias e as demonstrações de bom humor do nosso guia e mestre. Já chegando em Ituiutaba, depois de vários problemas superados, eis que Tiãozinho disse que só faltava furar um pneu. Inacreditável! Como uma praga dos Céus, a Kombi não rodou nem um quilômetro e o pneu furou. Era só o que faltava! Pneu trocado, chegamos finalmente. E ao entrarmos na AABB, novamente caímos na gargalhada. Enquanto estacionávamos a nossa velha Kombi, o pessoal das demais cidades participantes como BH, Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, Divinópolis, Governador Valadares, chegava completamente uniformizado em ônibus novos, modernos, bonitos e com ar condicionado. Mesmo com todas as dificuldades, não fizemos feio. Ficamos com a terceira colocação no torneio estadual. E sim, claro, conseguimos retornar com Quincão na direção, desta vez sem maiores obstáculos e contratempos. E ainda demos uma paradinha em frente ao Estádio Municipal Parque do Sabiá em Uberlândia, para uma fotografia com a pose elegante do nosso querido Quincão, nosso torcedor solitário.      
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024 5m502o

Centenário de Espinosa - Postagem 20 2o65

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nos anos 70, o futebol de salão era constantemente praticado na cidade de Espinosa, mesmo com as pouquíssimas quadras disponíveis na cidade. Que eu me lembre, existiam apenas as quadras do colégio da Avenida Doutor José Cangussu, dos Irmãos Pereira no Bairro São Cristóvão e da AABB. Depois vieram as quadras da Toca dos Craques, do Ginásio Poliesportivo, das escolas e das comunidades construídas pela Prefeitura. Hoje são muitos os espaços disponíveis para a prática do esporte, felizmente. 
Naqueles distantes anos 70, duas equipes se destacavam no futsal da cidade, a do Banco do Brasil e a dos "meninos da praça", o poderoso Mescra, cujo nome exótico saiu das letras iniciais dos seus craques: M de Marquinhos de Suzana e Zé Patim, E de Ernanni de Aparecida e Larry, S de Silvinho de Geralda e Sílvio, C de Célio, seu irmão, R de Ricardo, o Tu de Sissi e Carlito, e A de Alberto, o Zé de Ana de Yeyé. Alexandre e Tone Lacrau também vestiram a camisa do Mescra.    




Era um timaço, recheado de craques, que mantinha uma enorme rivalidade com a também qualificada equipe abebeana formada por Waltinho, Tintin, João Carlos, Tuka e Camilo. Foram vários confrontos de altíssimo nível, com resultados favoráveis para ambos os lados, que encantaram os amantes do esporte na cidade.  
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 19 3x5dl

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Entre tantos bares e botecos espalhados pelo município de Espinosa, inclusive alguns que se perderam no tempo, nenhum teve tamanha importância para nossa Turma da Resina como o Copacabana Bar, comandado pelo metódico e sincero Zade, na verdade o senhor Osvaldo Cerqueira da Cruz, filho do ilustre casal Joaquim Cerqueira e Dalva Cardosina da Cruz. Oriundo de família tradicional, numerosa e apreciada na comunidade, Zade ficou famoso por entregar aos seus clientes fiéis ou momentâneos a cerveja mais gelada da cidade. Fiel aos seus princípios, ele imediatamente parava de vender e servir aos seus clientes se a sua cerveja não estivesse no ponto que considerava ideal. Mesmo com a nossa insistência, ele nunca recuava e explicava calmamente que a cerveja não estava no ponto certo e que iria fechar as portas naquele momento. Outra característica interessante do boteco de Zade era a quase inexistente opção de tira-gostos, o que era combustível para as muitas gozações. Para acompanhar a cerveja gelada ou a famosa pinga de Clóves vendidas ali, havia somente uns pacotinhos plásticos de pipoca colorida ou salgadinhos. 





Apesar da fisionomia fechada pelas espessas barba e bigode, Zade era bem-humorado e espirituoso, sempre soltando suas alfinetadas. Era hilária sua expressão "Bate a nica!" para os supostos maus pagadores, no sábio intuito de receber antecipadamente a grana antes da entrega do produto. Nos Carnavais que eram realizados antigamente no Clube dos 100 ou no Espigão de Sêo Zé do Hotel, Zade bloqueava o bar com mesas na entrada, de onde servia a gente. Certa vez, alguém sorrateiramente ou por baixo da mesa e entrou no bar para ir ao banheiro sem sua permissão, levando um sonora bronca dele. Adorando aquela cena e situação, fizemos uma pequena alteração na letra de uma das marchinhas que "bombavam" naqueles bons tempos: "Zade avisou agora, quem quiser urinar, vai urinar lá fora, aqui dentro não, aqui dentro não, tem que haver respeito dentro do balcão". Coisas de jovens ingênuos, irrequietos, empolgados e inconsequentes, mas sempre pacíficos e benignos.
Zade infelizmente já se foi para outra dimensão, deixando um vazio enorme em Espinosa para os seus muitos clientes fiéis e uma lacuna para quem aprecia realmente uma cerveja estupidamente gelada, sua especialidade.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024 146qv

3381 - AABB MOC inicia preparação para o CINFAABB 2024 4h372f

Iniciando a preparação para a disputa do XXVIII CINFAABB – Campeonato de Integração Nacional dos Funcionários Aposentados do Banco do Brasil a ser realizado em Maceió, Alagoas, no período de 16 a 25 de abril de 2024, a equipe Supersênior de futebol society da AABB - Associação Atlética Banco do Brasil de Montes Claros participou de um jogo-treino na manhã do sábado, dia 13 de janeiro, contra alguns peladeiros do clube abebeano. 









Finalizada a partida, o resultado foi de 5 x 3, com vitória da equipe da AABB sobre os Peladeiros. Eustáquio, com três gols, e Ivo, com dois gols, marcaram para a AABB MOC. Marcone, com dois gols, e Vovô, descontaram para o time dos Peladeiros da AABB.
Terminado o confronto, os amigos e companheiros do esporte se confraternizaram alegre e harmonicamente no restaurante do clube.
Um grande abraço espinosense.


Centenário de Espinosa - Postagem 18 535e15

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

O Banco do Brasil foi e é de suma importância para o desenvolvimento da nossa Espinosa. Seja no atendimento às demandas dos setores industrial, comercial, pecuário ou da agricultura, a instituição financeira estatal de 216 anos de existência sempre esteve presente no e ao crescimento da cidade. Desde a agência que funcionou por algum tempo no espaço térreo da bela mansão de Moacir Brito na Praça Antonino Neves até a atual localização em prédio próprio na Praça Coronel Joaquim Tolentino, aram por seus quadros centenas de funcionários sérios, qualificados e comprometidos com a comunidade, com a instituição e com o progresso do país, sempre agindo com lisura, dedicação e ética. Entre esses servidores, podemos destacar nosso grande espinosense de coração e alma, Francisco Gomes da Rocha, o popular e amado Xará, que aqui chegando para trabalhar, apaixonou-se pelo lugar e daqui nunca mais arredou o pé, dando-nos a satisfação de tê-lo como conterrâneo amorosamente adotado. A lista é quilométrica, daí a minha decisão de não citar todos os que aram e se foram, bem como os que aqui fincaram raízes e se estabeleceram constituindo família, o que só nos alegra.







Da minha geração de funcionários do BB, de quando tomamos posse no início dos anos 80, alguns estão aí espalhados pelo mundo, outros se mantém firmes e fortes na nossa Espinosa querida e uns poucos infelizmente nos deixaram, como por exemplo meu grande chefe, conselheiro e amigo querido Izaías Mariano Mendes, o saudoso Zazá. 
Foram muitas histórias, muitos amigos conquistados e muitos momentos maravilhosos e memoráveis vivenciados ao lado de tantas pessoas iráveis. Só agradecimento, saudade e gratidão!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 17 633d4p

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Em minha longa caminhada de apaixonado por futebol, tive o prazer de jogar bola nas mais diversas equipes em várias épocas, com as mais talentosas ou interessantes figuras e nos mais diferentes campos na cidade de Espinosa e fora dela. Quando tinha lá meus vinte anos, por aí, fui integrante de um time completamente diferenciado, principalmente pela denominação de Realmatismo. Formamos o time só para jogarmos amistosamente nas comunidades rurais do município, sem nenhuma pretensão de competitividade. Era somente farra e confraternização com o sempre amigável e acolhedor povo nosso da "roça", como se dizia antigamente, sem nenhum menoscabo dos irmãos da zona campestre. Com algumas mudanças, esta mesma turma fazia parte do time do Vitória, que foi obrigado a ter o nome alterado pela falta de triunfos nos campos. Já que a gente não ganhava de ninguém, quase sempre marcávamos uma partida na comunidade do Urubu, onde moravam os pais e avôs do nosso lateral-direito Tião, para reencontrarmos com a vitória, aproveitando a ruindade da equipe local, ainda menos competente que a nossa.     



No dia desta fotografia, a partida foi realizada na sede da cidade, no antigo Campão, hoje o Mercado Municipal, contra o time de Duzinho, o mesmo com camisa idêntica a do Fluminense que aparece lá atrás, na direita da imagem. Em pé estão Júlio, Edmar, Tião, Daílson e Eustáquio. Agachados estão Quinha, Luza, Dalton, Miltinho, Bolivar e Euton de Etvaldo. Não me recordo mais o resultado da partida, mas certamente nós perdemos, como quase sempre.
O ruim de recordar esses momentos tão bons e agradáveis é perceber que da fotografia, três amigos não mais se encontram conosco neste mundo terreno: Daílson, Dalton e Bolivar. Que Deus os tenha consigo!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024 5j2023

3380 - Os melhores do mundo no futebol, pela FIFA 3sq40

Agora há pouco, em Londres, na Inglaterra, foram entregues os prêmios FIFA The best aos melhores profissionais do futebol na temporada ada. Criado em 2016 em novo formato, o prêmio da FIFA tem um regulamento bem complicado, com votos variados e períodos diferentes de observação de atletas, o que gera críticas de jornalistas e torcedores do mundo inteiro. 
Na cerimônia de premiação, com a presença de grandes jogadores do ado como Ronaldo, Roberto Carlos, Cafu, Júlio César, Belletti, Roque Júnior, Thierry Henry, entre outros, foram homenageados três craques que nos deixaram há pouco tempo: o inglês Bobby Charlton, o brasileiro Mário Jorge Lobo Zagallo e o alemão Franz Beckenbauer. Também foi homenageada a gigante Marta, a melhor jogadora do mundo, premiada por seis vezes.

Confira os indicados e os vencedores:

MELHOR JOGADOR:
Lionel Messi (Inter Miami/Argentina)
Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain/França)
Erling Haaland (Manchester City/Noruega)



MELHOR JOGADORA:
Aitana Bonmatí (Barcelona/Espanha)
Linda Caicedo (Real Madrid/Colômbia)
Jennifer Hermoso (Pachuca/Espanha)



MELHOR TÉCNICO:
Josep "Pep" Guardiola (Manchester City) - Campeão da Copa da Inglaterra, da Premier League e da Champions League
Simone Inzaghi (Inter de Milão)
Luciano Spalletti (Napoli)



MELHOR TÉCNICA:
Jonatan Giráldez (Barcelona)
Emma Hayes (Chelsea)
Sarina Wiegman (Inglaterra)

MELHOR GOLEIRO:
Yassine Bounou (Al Hilal/Marrocos)
Thibaut Courtois (Real Madrid/Bélgica)
Ederson (Manchester City/Brasil)



MELHOR GOLEIRA:
Mackenzie Arnold (West Ham/Austrália)
Catalina Coll (Barcelona/Espanha)
Mary Earps (Manchester United/Inglaterra)

GOL MAIS BONITO - PRÊMIO PUSKÁS:
Julio Enciso (Brighton)
Guilherme Madruga (Botafogo-SP)
Nuno Santos (Sporting)



MELHOR TORCEDOR:
Daniel "Toto" Iñiguez - Torcedor do Club Atlético Colón, da Argentina
Fran Hurndall
Miguel Ángel, torcedor do Millonarios

FIFA FAIR PLAY:
Vinícius Júnior e a Seleção Brasileira




A seleção de melhores do ano no masculino ficou assim:
Thibaut Courtois; Kyle Walker, John Stones, Rúben Dias; Bernardo Silva, Jude Bellingham, Kevin De Bruyne; Erling Haaland, Kylian Mbappé, Lionel Messi e Vinícius Júnior.

A seleção de melhores do ano no feminino ficou assim:
Mary Earps; Lucy Bronze, Alex Greenwood, Olga Carmona; Ella Toone, Aitana Bonmati, Keira Walsh; Lauren James, Sam Kerr, Alex Morgan e Alessia Russo.

Parabéns aos grandes profissionais do futebol, premiados merecidamente por seus desempenhos dentro e fora de campo.
Um grande abraço espinosense.

Centenário de Espinosa - Postagem 16 48o6c

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Por longo tempo, a Toca dos Craques foi o ponto de encontro de uma enorme e animada turma de boleiros e cervejeiros. Nesta época o local ainda não possuía a excelente estrutura atual. Na quadra de cimento, era intenso o movimento de aficionados pelo futebol de salão, seja participando de torneios super disputados ou nas tradicionais peladas durante a semana. A piscina ficava mais para o uso da família, as esposas e os filhos. Mas era no bar que a coisa fervilhava e a galera ficava ainda mais participativa. Enquanto eram servidas cervejas estupidamente geladas preparadas pela sempre atenciosa Leila, aquela turma porreta se encarregava de se divertir em grupos, alguns jogando sinuca, outros jogando baralho e a maioria participando de mesas redondas onde se conversava sobre tudo, sobretudo do adorado futebol. O bate-papo durava horas, sempre em harmonia e com boas gargalhadas quando velhos "causos" eram contados pelos mais fantasiosos.       






O time da Toca dos Craques reuniu muitos desses, os craques de bola que ali jogavam, sob o comando de um dos mais talentosos jogadores da história do futebol da cidade, Sidney Castro. A equipe da Toca dos Craques desfilava seu talento e poderio pelos campos da cidade e da zona rural, com mais frequência atuando contra o time de Urandi. Ficou na história também uma excursão realizada na cidade baiana de Brumado, onde jogamos uma partida contra a equipe de Livramento de Nossa Senhora, em campo de terra, e outra contra o pessoal da empresa Magnesita, esta em seu ótimo campo gramado. Melhor que os jogos, era a farra. Fomos recepcionados com a maior cortesia e atenção e a confraternização se estendeu por horas até a decisão de retornar para casa.
Para mim, foi um prazer e um privilégio poder ter feito parte desta turma maravilhosa, especialmente pela oportunidade de jogar ao lado de um craque de uma outra geração, que eu irava torcendo ainda adolescente no Campão, o grande Sidney. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 15 4f124z

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Por um bom tempo, em quase todos os domingos, dirigíamo-nos para a comunidade da Santa Marta para, no sítio do amigo Mílton Barbosa, jogar peteca. Logo após comprar seu sítio ali na região próxima da fronteira com a nossa querida Bahia, Mílton construiu uma quadra de areia e logo animou a nossa turma para que fôssemos praticar esporte, jogando partidas de peteca. Começou apenas como simples diversão, mas a coisa deu tão certo que acabou virando competição acirrada, pois todo mundo queria ganhar. Em duplas, começamos a realizar torneios, cujos prêmios eram simples e simbólicos, apenas uma garrafa de cerveja, por exemplo. Cheia e gelada, para não desanimar os dedicados atletas amadores. Era uma festa, com duplas formadas por adultos e jovens, sem discriminação de idade.  





As nossas partidas e torneios de peteca ficaram tão conhecidos que atraíram muitos outros jogadores, ampliando a quantidade de atletas e tornando mais agradáveis os nossos encontros dominicais. Como não podia deixar de ser na escaldante Espinosa, após o suor derramado e o cansaço dominante, refrescávamos o corpo e a mente com uma boa cerveja gelada comprada no barzinho perto da ponte do Rio Verde Pequeno, pois afinal de contas, somos humanos normais. Como tudo na vida, as disputas de peteca tiveram um fim, deixando um tanto de saudade. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

domingo, 14 de janeiro de 2024 m6g6g

Centenário de Espinosa - Postagem 14 6b2y67

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

A casa da sede da fazenda de José Cangussu no meio do caminho para a Vila de Santana era uma das mais belas construções do município de Espinosa, com sua peculiar torre redonda que chamava atenção e encantava a todos que a viam. Nosso saudoso amigo e parceiro de futebol Tintim, o Caio Lincoln Cangussu Tolentino, sobrinho do ilustre proprietário, era completamente apaixonado por ela, tanto é que fez de tudo para ficar com a istração da fazenda após o falecimento de seu pai Zé Patim. Ao conseguir definitivamente a posse, ele imediatamente mandou construir coisa parecida. Pena que Tintim se foi precocemente, não podendo usufruir por longo tempo da sua grande paixão. 






A belíssima e simpática construção era como um cartão postal de Espinosa, atraindo visitações e olhares irados dos curiosos, que a utilizavam como cenário para muitas fotografias. Tal cativante residência também era cenário constante para encontros políticos e longas e descontraídas conversas com os amigos. Ainda bem que o amigo Tintim, ou "Bichão" para os colegas de 9 de Março, conseguiu realizar seu sonho de ficar com a fazenda, reconstruir a casa e usufruir, mesmo que por tempo curto, desta maravilha.   
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 13 4w3k6d

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Discordo um tanto dos nostálgicos saudosistas que acham que tudo antigamente era melhor que na atualidade. Obviamente que a liberdade ampla da criançada nas ruas, os rios preservados e as tradições culturais sofreram grandes abalos e restrições, fazem muita falta e nos trazem saudades enquanto reacendem ótimas recordações, mas a vida atual é muito melhor que antigamente, não há a menor dúvida. As condições de saúde, educação e sobrevivência melhoraram sobremaneira. Ou alguém em sã consciência quer voltar a viajar em estrada de terra esburacada e lamacenta, parar de usufruir do indispensável aparelho de ar condicionado em carros e ambientes da casa e do trabalho, deixar o celular de lado para voltar a enfrentar fila no "orelhão" para fazer uma ligação ou trocar o prático, limpo e higiênico vaso sanitário para fazer as necessidades lá no buraco de fossa no fundo do quintal? Nem pensar, não é Juvená">Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

3379 - Maria Bethânia e Almério, "Quero Você" 6w585w

Maria Bethânia Viana Teles Veloso. Nome de batismo da menina que veio ao mundo na cidade do Recôncavo Baiano Santo Amaro no dia 18 de junho de 1946, uma terça-feira. A garotinha, filha do casal Seu Zezinho (José Teles Veloso) e Dona Canô (Claudionor Viana Teles Velloso) e irmã de Caetano Veloso, iria ganhar o mundo com a sua extraordinária capacidade de soltar a voz com força, afinação, beleza e encanto, emocionando a todos os ouvintes. É, indubitavelmente, uma das maiores cantoras da história da música brasileira, ao lado de Elis Regina e Gal Costa.
Almério Rodrigo Menezes Feitosa. Nome de batismo do menino nascido na cidade pernambucana de Altinho e que, apaixonado pelos sons dos pífanos que ouvia nas ruas, descobriu bem cedo que seu caminho era a música. Um dos muitos excelentes artistas da nova geração, sua música é bastante diversificada, com canções que trafegam pelo Pop, MPB e ritmos regionais.


 
Bethânia e Almério se juntaram para interpretar a bela canção "Quero Você", uma composição de Almério em parceria com Isabela Moraes, lançada no terceiro álbum de estúdio do pernambucano talentoso e sensível denominado "Nesse Exato Momento". Contrariando o nome do disco, o lançamento somente ocorrerá em março pela gravadora Deck. A gravação deve ficar bastante conhecida, já que foi selecionada para integrar a trilha sonora do remake da novela "Renascer", que fará sua estreia na Globo na próxima segunda-feira, 22 de janeiro.
A música é linda. Para confirmar minha afirmação, basta escutá-la com atenção e mente aberta, sem aquela velha opinião formada sobre a inexistência de boa música na atualidade. Música de qualidade sempre haverá, é só ter coragem, vontade e clarividência para descobrir beleza e tesouros musicais.
Um grande abraço espinosense. 

        

sábado, 13 de janeiro de 2024 76o1b

Centenário de Espinosa - Postagem 12 355j5x

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Causam-me espanto e estranheza certas pessoas extremamente xenofóbicas, ignorantes, radicais e preconceituosas, sobretudo aquelas que ganham bem a vida fora das suas terras natais, em outras localidades do estado, do país e do mundo. Quantas pessoas nossas conterrâneas, nascidas sobre o solo quente e ressecado pela seca neste nosso Sertão Norte-Mineiro, estão espalhadas aí pelos quatro cantos do mundo, conquistando dignamente a sobrevivência, ou até mesmo aproveitando merecidamente o sucesso alcançado com labuta, suor e lágrimas? O mundo é de Deus e nós, seus filhos em pé de igualdade, não podemos ter a nossa liberdade restringida ou obstruída, nem por questões sociais, políticas, religiosas ou econômicas.
Na História da Humanidade, inúmeros migrantes, imigrantes e emigrantes foram de fundamental importância para o desenvolvimento de países e civilizações. Muitos de nós somos descendentes de cidadãos que deixaram seus países europeus, africanos, americanos ou asiáticos para aqui ganhar a vida. Basta um tiquinho só de raciocínio para perceber que o homem que descobriu o país já habitado por indígenas era português, Pedro Álvares Cabral. O cidadão que decretou a Independência do Brasil não nasceu nestas terras férteis em que se plantando tudo dá, Dom Pedro I. A senhora que assinou a Lei que libertava os negros escravizados também não era brasileira, Princesa Isabel. E assim milhões de outros estrangeiros que para o Brasil vieram em busca de uma vida melhor, fugidos da pobreza, de conflitos internos e dos grandes conflitos mundiais, como a Primeira Guerra Mundial. Entre estes, veio desembarcar aqui em terras espinosenses o alferes José de Nicolau de Tolentino, que iniciou o crescimento substancial da família de origem italiana pela cidade e região.




Como em qualquer lugar do mundo, Espinosa deve e muito a valorosos homens e mulheres que deixaram suas localidades natais e que aqui vieram viver, trabalhar e realizar os seus sonhos de crescimento pessoal e profissional. Estas pessoas foram e são de suma importância para o nosso desenvolvimento e evolução, com excelentes serviços prestados à nossa história. Em algum momento dos anos 90, se estou certo, seis desses ilustres senhores foram homenageados pela Câmara Municipal com a entrega do título de Cidadão Honorário da cidade, ação mais que justa e acertada. Conforme a fotografia acima, tirada na confraternização realizada à época nas instalações da AABB Espinosa, foram premiados na oportunidade os honrados senhores Naim Antunes de Souza, Antenor Alves de Farias, Nivaldo Faber da Silva, Manoel da Luz Fernandes, Carlos Ferreira e Gérson Rodrigues de Souza. Infelizmente, muitos deles já não estão mais conosco.
A estes distintos senhores, bem como a milhares de outros que nos adotaram como irmãos espinosenses e que tanto colaboraram com o crescimento da nossa cidade, a nossa gratidão e respeito eternos.    
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 11 5g3022

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Como sempre faço, ao revisitar Espinosa, saio pela cidade observando as transformações por que a a cidade ao longo do tempo, buscando perceber as melhorias e os retrocessos no seu desenvolvimento e descobrindo novas construções e empreendimentos. Nesta gostosa e agradável aventura, rememoro as mais prazerosas situações vividas nesta minha terra querida e me entristeço com o desaparecimento de locais em que experimentei sensações inesquecíveis. A derrubada e extinção do velho casarão da Rua da Resina, onde moraram por toda a vida a minha "Madrinha" Judith e meu tio Luizão, é um exemplo claro desta triste realidade de que tudo um dia acaba, inclusive nós, humanos. 




Nestas minhas andanças pelas ruas de Espinosa, em um dia de janeiro sete anos atrás, visualizei, curioso, surpreendido e enternecido, a bela cena de um menininho incógnito tratando com o maior carinho e cuidado um gatinho perdido no leito da via ferroviária em plena Avenida Raimundo Tolentino. De câmera na mão, fiz questão de registrar imediatamente o sublime acontecimento, que nos serve de exemplo para seguir adiante sempre espalhando amor e ternura, não só para os seres humanos, mas e também para os animais. Quem será e por onde andará hoje este cordial garotinho?
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024 1376s

3378 - Parabéns e obrigado, REI-Naldo! 1i4i1z

Levado por meu irmão José de Freitas Tolentino à capital Belo Horizonte pela primeira vez nos anos 70, vivi as mais belas emoções que um jovem garotinho de uma cidadezinha do interior jamais havia sonhado. Além de me assustar e me surpreender com o trânsito frenético e com os arranha-céus de concreto e vidro, pude conhecer e vivenciar de forma intensa e emocionante em pleno Mineirão, um clássico entre o meu Atlético e o Cruzeiro do meu mano querido. No meio daquela multidão de cerca de 100 mil pessoas, algo assim como três Espinosas, aquele garotinho ingênuo e caipira sentiu pela primeira vez na vida a trepidante emoção de ver ao vivo e a cores o seu Clube Atlético Mineiro jogar. E mais! Foi inesquecível ver em campo o genial ídolo da camisa 9, José Reinaldo de Lima, mostrar todo o seu extraordinário talento e cumplicidade com a bola, marcando o gol da vitória alvinegra por 2 x 1. Foi a primeira e única vez que vi o REI jogar, ao vivo. Mas felizmente ainda o vi desfilar pelos gramados do mundo pela TV, atuando pelo Galo e pela Seleção Brasileira, sempre hipnotizado por sua genialidade e coragem de explicitar para o mundo a sua posição política, sem medo de represálias, com seu gesto característico de punho fechado e braço levantado. O REI é eterno!





Como Deus é sempre muito bom comigo, tive a honra, a felicidade e o privilégio de me encontrar em três oportunidades com meu ídolo. Uma no Shopping Montes Claros, quando de uma entrevista dele e do Raul Plassmann na época da Copa do Mundo; outra no mesmo shopping, no lançamento de seu livro; e a terceira e última, ou melhor, mais recente, na visita que fiz à Arena MRV, em Belo Horizonte. Como sempre, apesar da fama internacional e do assédio constante, Reinaldo me tratou com a maior generosidade, atenção e humildade, um exemplo de profissional e ídolo do futebol. 
Ontem, o REI da Nação Atleticana comemorou seus 67 anos de idade! Parabéns pelo aniversário, REI, e vida longa repleta de saúde e felicidade! Obrigado por tudo e gratidão eterna, gênio da bola!
Um grande abraço espinosense.


Centenário de Espinosa - Postagem 10 5q6v6r

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Uma cidade qualquer do mundo é construída com o trabalho de milhares de pessoas, não só das poderosas e letradas, mas e também das humildes e incultas. Todas essas figuras são peças importantes na engrenagem que faz funcionar uma comunidade evoluída, feliz e harmoniosa. Em Espinosa não é diferente. Cada cidadão, por mais simples que seja seu trabalho, é de suma importância no desenvolvimento cotidiano da localidade. É quase certo também que cada lugar deste mundo tenha seus personagens excêntricos, assim nos mostra a realidade. Espinosa não poderia ser diferente, obviamente.
Entre tantas figuras incomuns que viveram ou vivem no nosso meio, podemos citar este senhor da fotografia abaixo. Damião o seu nome, figura excepcional, quase que completamente fora do padrão. Trabalhador rural arretado, forte, dedicado, Damião já chamava a atenção pelo porte físico privilegiado. Alto, esguio, de cor negra, inteligente, honesto. Todo sábado saía da "roça" e vinha para a cidade fazer compras no "comércio". Após a obrigação terminada, era hora de tomar suas cachaças, direito sagrado de todos nós. O problema era o excesso, a perda do controle. Era muito gole, o que o deixava às vezes ou quase sempre, completamente embriagado. Era comum vê-lo pelas ruas da cidade falando sozinho um dialeto incompreensível enquanto perambulava por aqui e acolá em sua jeguinha, companheira de todas as horas. Ele era tão grande que praticamente arrastava os pés no chão ao montar naquele pequeno animal. Ninguém explica como ele conseguia se equilibrar totalmente bêbado no espinhaço da sua jeguinha, sem despencar no chão. Lembro-me bem que ele adorava cantar uma música em que imitava a voz masculina e também a voz feminina, em um espetáculo deveras engraçado. Caíamos na gargalhada ao ouvi-lo cantar aquela canção até hoje desconhecida para mim.       
 



Damião constantemente não conseguia voltar para casa no sábado de feira, depois de tomar seus goles. Pernoitava em algum lugar da cidade até que o dia de domingo amanhecesse para ele retornar para casa são e salvo com sua leal companheira de aventuras. Ele era uma atração para a criançada da cidade, que o seguia gritando e festejando pelas ruas. Gostaria muito de conhecer completamente a história de Damião e ter a oportunidade de bater um longo papo com ele, mas nunca tive essa sorte. Figuraça!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

Centenário de Espinosa - Postagem 9 2d2n4o

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

A numerosa família Freitas em Espinosa, fruto da união dos meus avôs Joaquim de Freitas e Joana Antunes, teve personagens marcantes na história de Espinosa. O mais famoso e importante foi sem dúvida Alvacy de Freitas, o Preto, que com seu carisma, popularidade e dinamismo foi eleito prefeito em duas eleições, deixando sua marca no município, especialmente na área da educação, com várias escolas instaladas na zona rural. Outro personagem dos Freitas que se destacou bastante na história de Espinosa foi Aníbal de Freitas, o Bola, cidadão digno e exemplar, gentil e atencioso, nobre e íntegro, empreendedor e ativo na sua sofisticada loja de bicicletas localizada ao lado de sua residência, à época próxima do Mercado Municipal, na famosa Rua da Resina, a Rua Coronel Domingos Tolentino.





Como naqueles tempos de outrora o automóvel e a motocicleta eram produtos caríssimos, bem distantes da imensa maioria da população espinosense, a bicicleta era o meio de locomoção mais fácil e ível. E através da sua loja, Bola proporcionou a imensa parcela da comunidade a aquisição da sua "magrela", que naquela época vinha equipada até com um farol para iluminar o caminho durante à noite. Para gerar a luz, havia um dínamo fixo ao garfo da bicicleta, que encostado ao pneu em movimento, gerava o atrito e a eletricidade pela rotação do eixo interno da peça. Quanto mais velocidade, melhor a força da luz. O dínamo ainda hoje é utilizado, mas mais moderno e embutido no cubo da roda dianteira das bicicletas modernas.




Bola movimentava a vida pacata dos moradores da cidade. Foi um promotor entusiasmado de eios e encontros de dezenas e centenas de ciclistas, inclusive com aventuras até a Barragem do Estreito e o Rio Verde Pequeno, na divisa com a Bahia. Era um cara bom, generoso e fraterno, sempre distribuindo sorrisos e bondades e surpreendendo as pessoas nas ruas com as luzes coloridas piscantes instaladas na sua bicicleta diferenciada e na sua Rural novinha.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.