Espinosa, meu éden 6r4r4o

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024 5z1a1e

Centenário de Espinosa - Postagem 89 1b6zs

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Especialmente nas pequenas cidades do interior do Brasil, havia antigamente um hábito corriqueiro, o de se sentar nas cadeiras diante das casas e comércios com os familiares e amigos para colocar a prosa em dia, comentando os fatos pretéritos como também os do momento, talvez até conjeturando sobre os possíveis acontecimentos do futuro. Na nossa outrora tranquila e pacata Espinosa, era usual o sentar diante de casa para observar o vaivém das pessoas na rua ou o descontraído bate-papo com os amigos. Nas imagens abaixo, podemos ver figuras ilustres da nossa cidade sentados diante das suas residências ou nos bancos dos jardins, ou participando de partidas de baralho com os amigos. Infelizmente, alguns desses nossos ilustres e queridos conterrâneos já nos deixaram.   















Nós, integrantes da Turma da Resina, constantemente nos reuníamos nas esquinas da Rua Arthur Bernardes com a Rua Coronel Domingos Tolentino ou daquela com a Praça Coronel Joaquim Tolentino para jogar conversa fora. Na esquina com a Coronel Domingos Tolentino, batíamos papo, divertíamo-nos nas mais variadas brincadeiras e fazíamos charadas, entre outras atividades. Já na esquina de cima, com a Praça da Matriz, ali nos reuníamos geralmente tarde da noite, após as baladas pela cidade ou depois de chegar das aventuras românticas e etílicas na Praça Antonino Neves, então o "point" noturno da cidade. O papo e as discussões sobre tudo ocorriam por horas. Interessante era a situação de ninguém querer ir embora sozinho antes dos demais, o que prolongava a presença de todos naquele local, o eio da casa de Sêo Antônio Rocha e Dona Neusa. A explicação é simples. Mesmo sendo todos amigos-irmãos, unidos, leais e queridos, aquele que saísse antes era simplesmente massacrado com críticas as mais variadas à sua reputação, fazendo esquentar as orelhas do "desertor", como bem apregoa a sabedoria popular. Assim, a turma inteira, precavida, só deixava o local em bando, todos juntos. Coisas da Resina.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024 3o3aa

Centenário de Espinosa - Postagem 88 4371t

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nas minhas reminiscências da infância em solo espinosense, nunca consegui visualizar em minha mente a famosa Beira da Lagoa, quando ainda o terreno onde está construída a Praça Antonino Neves era completamente tomado pela água. Somente através da excelente página "facebookiana" "Fatos e Fotos Antigas de Espinosa", criada pelo amigo Rogério Souza, é que consegui finalmente descobrir como era totalmente e de fato a grande lagoa que tomava conta do enorme espaço diante da linda casa de Moacir Brito, indo até as portas das casas de Tone Labareda e Valdemar Silva estendendo-se até o início da ladeira da então inexistente Praça Vereador José Osvaldo Tolentino. Não me recordo também da Igrejinha de Santa Terezinha, derrubada pela enchente de 1968, quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Só me vem à memória a praça já aterrada e com infraestrutura pronta, já com a residência magnífica de Moacir Brito pronta e os prédios da Cotesp e do Cine Coronel Tolentino construídos.        













Mas ainda peguei um tempo bom em que a parte lateral e traseira do Cinema, paralela à Avenida João Araújo Lins até a subida para o "Grupo Escolar" Comendador Viana ainda estava intacta, ainda sem quaisquer construções, apenas com um aterro de rua ligando a Rua Raul Soares, Rua de Baixo como era chamada antigamente, ao futuro Bairro Santos Dumont, à época chamado de "Campo de Avião". Havia cruzando, outro aterro de rua ligando a casa de Paulo Cruz, hoje a Travessa Castelo Branco, à rua que leva ao Araponga, Rua Agostinho Tolentino Neto. Ali ainda restava um tanto da lagoa, inclusive com uma pequena ilha, onde costumávamos nadar e tomar banho sem medo de ser feliz ou ser atingido por alguma infecção virulenta. Mas nem só de banho e nado usufruíamos da lagoa. Logo atrás do prédio do Cinema havia um campo de futebol de bom tamanho onde jogávamos sempre, às vezes descalços, outras vezes de kichute, aquele velho, desconfortável e quente calçado de lona e borracha, criador de calos nos dedos e no calcanhar. O terreno era excelente para jogar bola, pois era macio e nivelado. No tempo seco, os redemoinhos constantes levantavam a poeira aos céus, para nossa alegria. No tempo chuvoso era ainda mais divertido, pois o piso da lagoa ficava extremamente escorregadio e aí fazíamos a maior festa, jogando descalço, enlameando-nos todos e levando os maiores tombos. Atualmente a Praça Antonino Neves e as ruas e avenidas localizadas no local exato da grande "Beira da Lagoa" estão completamente tomadas por construções residenciais e comerciais, sempre expostas a inundações como a "tsunâmica" enchente de 1968, que entrou para a nossa centenária história.
A famosa "Beira da Lagoa" cedeu espaço para a "Praça da Liberdade" florescer, local que se tornou um dos mais animados "points" da noite espinosense, onde se encontram vários barzinhos e lanchonetes, propícios para um reencontro com os amigos queridos, seja nas festas do Carnaval, do nosso próximo Centenário ou em um dia qualquer da semana. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

Centenário de Espinosa - Postagem 87 373y38

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

A nossa história está marcada pela religiosidade do nosso povo temente a Deus. Basta dar uma volta pela cidade e pela zona rural para perceber a enorme quantidade de templos religiosos das mais diversas crenças. Panorama nada diferente do Brasil, onde, conforme dados colhidos no Censo 2022 pelo IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existem mais templos religiosos do que a soma de instituições de ensino e unidades de saúde. Segundo o levantamento nacional, o Brasil tinha 579,8 mil estabelecimentos religiosos em 2022, mais que a soma dos 264,4 mil estabelecimentos de ensino e dos 247,5 mil de saúde. E isso é ruim? Claro que não! As religiões sempre serão um refúgio para que as pessoas consigam ar as vicissitudes e angústias da vida. Quanto mais a Palavra de Deus for corretamente divulgada, melhor será o mundo e mais boa e justa será a vida de todos nós, seus filhos. O problema está nos vigaristas, trapaceiros, velhacos, inescrupulosos, ensandecidos, embusteiros e charlatães que se aproveitam sorrateiramente da boa fé dos incautos fiéis para surrupiar dinheiro e ganhar poder. 
Em Espinosa, felizmente, não temos conhecimento de gente desta laia, ainda. O que temos são exemplos de pastores e padres sérios, honestos e compenetrados na tarefa árdua de espalhar a Palavra de Deus e os ensinamentos de Paz, Amor e Justiça do Nosso Senhor Jesus Cristo. Pastor João Martins, Dom Lúcio Antunes de Souza, Padre Guilhermino, Padre Puche, Monsenhor Tolentino e Padre Martin Kirscht são exemplos claros e inequívocos de como devem ser os homens que se propõem a pregar de forma verdadeira a Santa Palavra, sem se deixar contaminar pela usura ao dinheiro e ao poder, permanecendo firmes na fé e na tarefa de apaziguar e influenciar certamente as almas pecadoras.
Entre tantos desses homens de convicção e boa vontade que pregaram em Espinosa e que daqui saíram pelo país na tarefa de evangelizar, um se destacou sobremaneira, o cidadão alemão Martin Kirscht. 







 



A comunidade espinosense sempre amou e reconheceu o trabalho e a importância do Padre Martin Kirscht. Ele sempre foi e será muito respeitado por todos por sua trajetória religiosa à frente da Igreja Católica local, deixando realizadas obras de significativo valor como a Igreja do Espírito Santo e a Rádio Educadora. Como reconhecimento à sua serena, produtiva e íntegra atuação em terras brasileiras, especialmente na nossa Espinosa, recebeu homenagem da Câmara de Vereadores e o seu nome está eternizado no Asilo e na Rua Padre Martin Kirscht, nada mais justo.
São várias as vertentes religiosas da cidade, com sacerdotes e guias espirituais sérios, justos e virtuosos, comprometidos verdadeiramente com a divulgação dos ensinamentos de Jesus Cristo. Como católico, infelizmente não conheço os pastores de outras religiões para relacioná-los aqui, mas registro alguns padres católicos que têm alguma relação com a nossa Espinosa, a quem agradecemos pela sagrada e árdua missão de evangelizar o povo de Deus: Almerindo, Paulo, Marcelo, Martin Kirscht, Iranildo, Eliezer, Laércio, Wellington, Rogério, Genivaldo, José Puche, Guilhermino, Monsenhor Tolentino etc.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024 3f5o5d

Centenário de Espinosa - Postagem 86 626u3t

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nas minhas andanças pelas ruas de Espinosa, em tempos e locais distintos, captei algumas imagens porretas e interessantes de jovens conterrâneos trabalhando com transporte de feiras nos carrinhos de mão no Mercado, jogando bola nas escolinhas de Gibão e da Prefeitura e no campo de terra na Santa Marta, caçando arinho com estilingue, jogando baralho e dominó, soltando papagaio, andando de jegue, brincando de carrinho ou jogando gude. Tais imagens trazem saudade, contentamento e também esperança de que estas crianças sejam bem direcionadas na vida pelos pais para se tornarem seres humanos íntegros, éticos, trabalhadores, benevolentes, sensatos, pacíficos, flexíveis, leais, solidários e, principalmente, misericordiosos.
















Mesmo sem o espaço e segurança de outros tempos, percebe-se que a meninada, sobretudo a da periferia e da zona rural, ainda se diverte como nos divertíamos no ado, com velhas gostosas e sadias brincadeiras como jogar gude, soltar raia e brincar de carrinho na areia. Nas cidades interioranas como a nossa centenária Espinosa, ainda temos condições para isso, ainda bem. Só não devem as crianças matar arinhos, como fazíamos antigamente quando os tempos eram outros e a gente não tinha a consciência da necessidade e importância da preservação da Natureza. Eu, felizmente, aprendi esta lição, pena que muitos outros ainda não.  
Não conheço ninguém dessa meninada aí, podendo até ser algum deles, filho ou neto de algum amigo ou parente meu, quem sabe? Como já faz algum tempo que registrei estas cenas, é bem provável que eles já estejam adultos, quem sabe até casados e com filhos gerados. Onde estarão eles agora? Espero e torço para que esses garotos todos sejam imensamente felizes, que vivam bastante e com muita paz e saúde, sempre adquirindo conhecimento positivo e espalhando verdades e bondades pelo mundo, especialmente por nossa querida Espinosa. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

Centenário de Espinosa - Postagem 85 1g6r5

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Muitos de nós, espinosenses, gostamos às vezes de brincar, fazendo críticas à nossa amada terra como "a cidade do já teve". Realmente, não podemos fechar os olhos e deixar de encarar a realidade dos fatos, vivendo em uma realidade paralela no mundo da fantasia. Observando com atenção o nosso panorama econômico, vamos notar que ficaram no ado empreendimentos que foram de suma importância para o progresso da cidade e para as nossas vidas. Vamos listar alguns:
- Cotesp - Companhia Telefônica de Espinosa
- Cine Coronel Tolentino
- Minas Caixa
- Cobal - Companhia Brasileira de Alimentos
- Casemg - Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais
- Boate Redondo
- Boate Barbaridade
- Hospital Regional de Espinosa
- Usinas de beneficiamento de algodão (várias)
- Café Espinosa
- Bakana
- A Musical
- Banda de Música de Sêo Macedo
- Igrejinha de Santa Amélia
- Motorzão de Miro
- Posto Shell de Carlito Cruz
- Posto de Alberto Cruz
- Posto e Armazém de Minas de Sêo Abelar
- Casa Fátima
- Sorveteria de Dona Cici
- Rádio Educadora de Espinosa
- Aeroporto e voos da Nordeste Linhas Aéreas Regionais

E tem muitos outros! Esta é apenas uma pequena amostra do que já tivemos em Espinosa e que desapareceu no tempo. Mas como diz a dupla Lulu Santos e Nelson Motta, "tudo muda o tempo todo no mundo". E para muito melhor! Foi-se a Cotesp, hoje temos celulares com sinal de Internet. Foi-se o campinho da "Praça de Beto Cruz", hoje temos o Ginásio Poliesportivo Mateus Salviola Antunes. Foi-se o "Campão", hoje temos o Mercado Municipal e um estádio murado, com arquibancada, vestiário e campo gramado, o Caldeirão.
Tudo bem que já tivemos na nossa Espinosa a possibilidade de pegar um avião aqui no nosso famoso "Campo de Avião", aeroporto que não existe mais. Na época, a Nordeste Linhas Aéreas Regionais, criada em 1976, pousava suas aeronaves EMB-110 por aqui, coletando ageiros para Belo Horizonte ou Salvador. Durou pouco, mas fez a alegria do nosso conterrâneo apaixonado por aviação, Chico do Avião. Dá saudades sim, mas vida que segue, mesmo porque, pelo menos eu naquela época, não tinha a menor condição de pagar uma agem aérea. Hoje tudo mudou, melhorou bastante. Ainda bem, uai! 













"Quem fica parado no tempo é poste!", diz a sabedoria popular. "Pula, caminha, não pode parar, ficar parado é que não pode ser", ensina o mestre Gilberto Gil. Então é evoluir, deixando o ado para trás, relembrando o que realmente foi bom e vivendo intensamente e em paz o presente, focando o futuro. É natural que pessoas e instituições desapareçam com o ar do tempo, é o ciclo irreversível da vida. Em compensação, olhe ao redor, abra os olhos e veja o quanto de novas pessoas e modernas empresas e empreendimentos foram gerados, melhorando substancialmente a vida da cidade e dos seus habitantes. É assim mesmo, umas coisas vão, outras vêm em seu lugar e a Terra continua girando. Ter saudade é bom, mas aproveitar ao máximo o momento atual é imprescindível.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.