Espinosa, meu éden 6r4r4o

Espinosa, meu éden

sábado, 13 de agosto de 2011 5u1d1m

191 - Velharia, que nada! 3p83w

É bastante corriqueiro escutar, em conversas com adolescentes, jovens e até mesmo com algumas pessoas adultas menos idosas, palavras debochadas sobre as pessoas e as coisas mais velhas. Os mais novos tendem a tratar as pessoas e coisas mais antigas com ares de gozação, sempre depreciando as suas qualidades. Até parece que os jovens não se tocam de que eles, se não morrerem cedo, irão se tornar idosos também.
Envelhecer juntos e com amor, uma dádiva de Deus
Imagino que, em sã consciência, todos almejam uma vida longa. Eu mesmo, espero viver bastante, mas peço a Deus para que eu chegue à velhice com total independência, tanto financeira quanto física, para que não termine os meus dias dependendo da ajuda dos outros. Se eu pudesse escolher, jamais gostaria de ficar prostrado em uma cama, dependendo da boa vontade dos outros. Isso não é bom pra ninguém, nem para quem cuida nem para quem é cuidado. Por isso, sou totalmente a favor da eutanásia. Mas tenho plena consciência de que isso independe da minha vontade e só Deus sabe o que virá.
Envelhecer com saúde e bom-humor

Imagem de companheirismo e felicidade na velhice
Vivemos em um tempo em que as coisas mudam freneticamente, sem tempo para a contemplação e o deleite dos lugares e das situações, e a procura pela novidade é o essencial. As coisas hoje são tão efêmeras. E os relacionamentos parecem acompanhar essa fugacidade. Tudo o que precisa de um tempo maior para ser digerido, está praticamente descartado. Na era da tecnologia, tudo que é novidade hoje, amanhã já estará obsoleto.  É a cultura do nosso tempo.
Mudanças na vida e na tecnologia
Mas refletindo bastante sobre o assunto, pude comprovar que, apesar do discurso preconceituoso da garotada, eles não tem muita razão quando expressam essas opiniões de que não gostam de coisas velhas. Vamos pensar um pouco. Geralmente, jovem gosta de música. Talvez não a melhor expressão musical, mas, categoricamente, música.  Pois bem, não há data precisa da criação da música. Talvez o barulho do vento e das águas, do canto dos pássaros e o barulho dos animais logo depois da criação do mundo seja o marco inicial da música. Não se sabe. O que se tem certeza é de que ela é muito antiga. De acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido há 50.000 anos, onde as primeiras manifestações tenham sido feitas no continente africano, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. Na pré-história o ser humano já produzia uma forma de música. Diferentes fontes arqueológicas, em pinturas, gravuras e esculturas, apresentam imagens de músicos, instrumentos e dançarinos em ação. Idade: imprecisa, talvez 50.000 anos.
Antigos músicos compondo em grupo
Vamos em frente: jovem adora carro. Pois bem, não houve um exato momento na história em que se possa convencionar como o início desta grande invenção, o automóvel. Com efeito, os primeiros automóveis que surgiram foram fruto de sucessivas aproximações e adaptações tecnológicas que, gradualmente, se foram desenvolvendo em torno de um objetivo comum: viajar rápido, com comodidade e, sobretudo, com um mínimo de esforço para os ocupantes e um máximo de segurança. A auto-locomoção de veículos já havia sido demonstrada em 1769 por Nicolas Cugnot, na França, ao utilizar um motor a vapor para movimentar um veículo. No entanto, só com a introdução do motor de combustão interna a quatro tempos a gasolina, em 1885, inventado por Karl Benz, na Alemanha, é que se começou a considerar a viabilidade de um veículo auto-propulsionado que oferecesse as condições já mencionadas. A patente desta invenção data de 29 de janeiro de 1886 em Mannheim. Contudo, apesar de Benz ser creditado pela invenção do automóvel moderno, muitos outros engenheiros, também alemães, pesquisavam simultaneamente sobre a construção de automóveis. Em 1870, o germano-austríaco Siegfried Marcus construiu uma carroça motorizada que, contudo, não aria da fase experimental. Décadas mais tarde, Henry Ford aria a fabricar automóveis em série, destacando-se o Ford T, fabricado de 1908 a 1927, cujas vendas ultraaram os 15 milhões de unidades. Idade: aproximadamente 125 anos.
O primeiro automóvel com motor de combustão interna
Jovem não gosta de voar? Pois bem, o sonho de voar remonta, para o ser humano, desde a pré-história. Muitas lendas, crenças e mitos da antiguidade envolvem ou possuem fatos relacionados com o voo, como a lenda grega de Ícaro. Leonardo da Vinci, entre outros inventores visionários, desenhou um avião, no século XV. Com o primeiro voo feito pelo homem (Jean-François Pilâtre de Rozier e François Laurent d'Arlandes) numa aeronave mais leve que o ar, um balão, o maior desafio tornou-se a criação de uma máquina mais pesada do que o ar, capaz de alçar voo por meios próprios. Anos de pesquisas por muitas pessoas ávidas do tão sonhado voo produziram resultados fracos e lentos, mas contínuos. Em 28 de agosto de 1883, John Joseph Montgomery tornou-se a primeira pessoa a fazer um voo controlado em uma máquina mais pesada do que o ar, em um planador. Outros aviadores que fizeram voos semelhantes naquela época foram Otto Lilienthal, Percy Pilcher e Octave Chanute. No começo do século XX, o primeiro voo numa máquina mais pesada do que o ar, capaz de gerar a potência e sustentação necessária por si mesmo, foi realizado. Porém, isto é um fato polêmico, já que Santos Dumont é creditado no Brasil como o responsável pelo primeiro vôo num avião, enquanto que na maior parte do mundo, o crédito à invenção do avião é dado aos irmãos Wilbur e Orville Wright, de origem norte-americana, sendo a exceção a França, em que o mesmo é creditado ao seu verdadeiro inventor, Clément Ader, que efetuou o primeiro voo de um mais pesado que o ar propulsionado a motor, em 9 de outubro de 1890, que no entanto é ignorado completamente pelo resto do mundo, porque os seus voos foram realizados em segredo militar e só se soube da sua existência muitos anos depois. Idade: aproximadamente 121 anos. 
O voo do famoso 14 Bis de Alberto Santos Dumont, em Paris
Vamos continuar. Grande parte da juventude adora bebida, principalmente uma cervejinha. Pois bem, o whisky foi inventado pelos celtas, possivelmente no século XII. O vinho foi criado muito tempo antes, sem data certa, por volta de 5000 a.C. A cerveja foi fabricada pela primeira vez, já conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios, desde pelo menos 4 000 a.C. ou seja, bem velhinha, meu irmão.
Espécimes da cerveja mais antiga do mundo
E como os jovens gostam de computador! Internet, MSN, Orkut, Facebook, a Net caiu no gosto da meninada. A onda atual é o uso do computador portátil. O primeiro computador foi criado em 1946. O ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Computer) foi o primeiro computador digital eletrônico de grande escala. Criado em fevereiro de 1946 pelos cientistas norte-americanos John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company. O ENIAC começou a ser desenvolvido em 1943 durante a II Guerra Mundial para computar trajetórias táticas que exigissem conhecimento substancial em matemática, mas só se tornou operacional após o final da guerra. Idade: 65 anos.
O ENIAC: o gigantesco primeiro computador digital eletrônico
Grande parcela dos jovens adora uma motocicleta. Pois a motocicleta com motor de combustão interna foi criada em 1885 pelo alemão Gottlieb Daimler que, ajudado por Wilhelm Maybach, instalou um motor à gasolina de um cilindro, leve e rápido, numa bicicleta de madeira adaptada, com o objetivo de testar a praticidade do novo propulsor. Idade: 126 anos.
A primeira motocicleta construída em 1885, pelo alemão Daimler
Jovem gosta de televisão. Pois não há data precisa da criaação da televisão, pois vários inventores foram descobrindo e aperfeiçoando essa máquina durante os anos. Por isso não se pode atribuir a invenção da televisão a uma única pessoa. A palavra televisão foi inventada em 1900 pelo francês Constantin Perskyi. Vem da junção das palavras tele (longe, em grego) e videre (ver, em latim). Perskyi apresentou uma tese no Congresso Internacional de Eletricidade, em Paris, cujo título era "Televisão". A tese descrevia um equipamento baseado nas propriedades fotocondutoras do selênio, que transmitia imagens à distância. Em março de 1935, a Alemanha, primeiro país a oferecer um serviço de televisão pública, emitiu oficialmente a televisão, adotando um padrão de média definição: 180 linhas e 25 quadros por segundo. Idade: aproximadamente 111 anos.
Modelo antigo de um  aparelho de televisão
E como jovem gosta de Carnaval, não é mesmo? Pois a história do Carnaval começa há mais de 4 mil anos antes de Cristo, com festas promovidas no antigo Egito, como as festas de culto a Ísis. Eram principalmente eventos relacionados a acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita de grandes safras. Desde essa época as pessoas já pintavam os rostos, dançavam e bebiam. Idade: indefinida.
Imagem dos carnavais de antigamente
A mocidade também gosta muito de futebol. Pois embora não se tenha muita certeza sobre os primórdios do futebol, historiadores descobriram vestígios dos jogos de bola em várias culturas antigas. Estes jogos de bola ainda não eram o futebol, pois não havia a definição de regras como há hoje, porém demonstram o interesse do homem por este tipo de esporte desde os tempos antigos. O futebol chegou à Inglaterra por volta do século XVII. Na Inglaterra, o jogo ganhou regras diferentes e foi organizado e sistematizado. O campo deveria medir 120 por 180 metros e nas duas pontas seriam instalados dois arcos retangulares chamados de gol. A bola era de couro e enchida com ar. Com regras claras e objetivas, o futebol começou a ser praticado por estudantes e filhos da nobreza inglesa. Aos poucos foi se popularizando. No ano de 1848, numa conferência em Cambridge, estabeleceu-se um único código de regras para o futebol. No ano de 1871 foi criada a figura do guarda-redes (goleiro) que seria o único que poderia colocar as mãos na bola e deveria ficar próximo ao gol para evitar a entrada da bola. Em 1875, foi estabelecida a regra do tempo de 90 minutos e em 1891 foi estabelecido o pênalti, para punir a falta dentro da área. Somente em 1907 foi estabelecida a regra do impedimento. O profissionalismo no futebol foi iniciado somente em 1885 e no ano seguinte seria criada, na Inglaterra, a International Board, entidade cujo objetivo principal era estabelecer e mudar as regras do futebol quando necessário. Idade aproximada: 163 anos do início da regulamentação.
O Estádio do Maracanã nos primórdios do futebol brasileiro
E como a rapaziada gosta de mulher, não é mesmo? Hoje já não tanto como antes, pois a revolução sexual ampliou as possibilidades e muitos se descobriram atraídos por espécimes do mesmo gênero. Pois bem, depois da criação do mundo, Adão teria sido criado a partir da terra à imagem e semelhança de Deus para domínio sobre a criação terrestre. Tal como Adão, Eva também foi criada diretamente por Deus da costela de Adão. Eva, e mais tarde Adão, teriam comido o "fruto proibido" da "árvore da ciência" (do "conhecimento do bem e do mal") criada por Deus, e após o ocorrido, de acordo com a tradição cristã, toda a humanidade ficou privada da perfeição e da perspectiva de vida infindável. Ou seja, uma das criações mais antigas do mundo, a mulher ainda faz a cabeça e a loucura de milhões de marmanjos por todo o planeta. Idade: imprecisa, mas muito velha mesmo!
Adão e Eva no Paraíso, antes da expulsão
E quanto ao dinheiro"> Cédulas antigas do dinheiro brasileiro
Conclusão: por mais que a rapaziada venha com esse papo de que não gosta de velhos e de coisas velhas, a realidade é bem diferente. Eles apenas ainda não tem consciência de que quase tudo que eles usam, consomem e curtem, tem uma longa história no caminho da humanidade. As coisas materiais foram apenas aperfeiçoadas e ganharam inovações. Quanto às pessoas mais velhas, os jovens não percebem o quanto estão perdendo em aprender com a experiência e a sabedoria deles. Nunca é tarde para mudar de ideia.
Um grande abraço espinosense e vida longa aos nossos velhinhos.

190 - 30.000 visualizações de páginas x5w5b

Mais uma alegre conquista a ser compartilhada com todos vocês que am por aqui no nosso blog para dar uma espiadinha. Espero que o meu humilde trabalho esteja agradando e se acontecer o contrário, por favor, envie mensagens com as suas críticas, palpites e ideias para que o nosso blog possa ser melhorado. O meu muito obrigado a todos os internautas que por aqui navegam e o desejo de continuar proporcionando uma pequena visão das coisas boas do mundo e, em particular, da nossa querida terra-mãe, Espinosa. Um grande abraço espinosense.
Algumas fotografias da nossa cidade para matar a saudade de quem está distante.
Avenida Minas Gerais

Rio Verde Pequeno

Praça Cel. Joaquim Tolentino

Praça Cel. Heitor Antunes
Praça Antonino Neves

domingo, 7 de agosto de 2011 5a4112

189 - Duas faces antagônicas do GALO: O título de campeão da Copa BH de Futebol Júnior e a esperada queda de Dorival Júnior 3g4y2v

Já era aguardada com bastante preocupação a iminente saída de Dorival Júnior do comando técnico do time do Atlético. Mesmo com toda a sua insuspeitável capacidade profissional, Dorival não conseguiu fazer do bom elenco do Atlético, um time competitivo e que apresentasse um mínimo de organização em campo e um futebol de razoável qualidade. Uma pena! Após salvar o time do descenso no Campeonato Brasileiro do ano ado, Dorival chegou com o Atlético na final do Campeonato Mineiro, mas perdeu o título para o arqui-rival e fracassou vergonhosamente na Copa do Brasil e nas primeiras rodadas do Brasileirão deste ano, conquistando apenas 4 vitórias e 3 empates em 15 rodadas do primeiro turno, com um pífio aproveitamento de 33,3%. É inexplicável como um clube com toda a infra-estrutura disponível na Cidade do Galo, com uma comissão técnica competentíssima e um elenco com vários jogadores de qualidade, não consegue formar um time razoável para disputar, com chances de sucesso, o difícil Campeonato Brasileiro. Nem Freud explica!
Para aliviar um pouco as más notícias que não arredam pé da Cidade do Galo, os meninos da base conquistaram hoje à tarde, pela quinta vez, o título de campeão da Taça BH de Futebol Júnior, com uma campanha invicta memorável. Foram 9 partidas disputadas, com 9 vitórias conquistadas, marcando 20 gols e sem o goleiro Paulo Vítor levar um gol sequer. É para lavar a alma! Quem sabe o futuro de conquistas não esteja nas mãos (ou nos pés) dessa nova garotada. É torcer para que isso se torne realidade, pois a situação do time profissional, ano após ano, é tristemente desoladora.

A campanha dos garotos do Galo na XXVII Taça BH:
1ª Fase
Atlético 1 x 0 Corinthians
Atlético 1 x 0 Brumadinho/Liga
Atlético 2 x 0 Contagem
Atlético 3 x 0 Guarani-SP
Atlético 3 x 0 Guarani/Pará de Minas
Oitavas de final
Atlético 4 x 0 Corinthians
Quartas de final
Atlético 2 x 0 Coritiba
Semifinal
Atlético 1 x 0 Internacional
Final
Atlético 1 x 0 Fluminense
O técnico Rogério Micale escalou o Galo com: Paulo Vítor; Roger, Igor, Jemerson e Fernando Pavão (Victor); Luan (Cássio), Lucas (Café), Paulinho (Álvaro) e Bernard; Leleu e Paulo Henrique (Rafael Souza).
Este foi o quinto título do Atlético na Taça BH. A equipe já havia vencido a competição em 1988, 1989, 2005 e 2009.
Gol: Bernard, aos 37 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Paulinho, Lucas, Luan, Igor e Bernard (ATL); Éverton, Lucas Patinho, Lucas, Léo e Gullithi (FLU). Cartão vermelho: Wellington (FLU).
Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG). Data: 07/08/2011. Arbitragem: Wanderson Alves de Souza, auxiliado por Mauro dos Santos e Valdeci da Silva.

188 - Algodão, antiga riqueza do Norte de Minas 4pj3z

Por um longo período, a economia de Espinosa tinha como motor propulsor do desenvolvimento a cultura do algodão. A agricultura se resumia apenas na cultura do algodão, que bancava a manutenção de várias beneficiadoras deste produto, que faziam circular bastante dinheiro na cidade e na região Norte de Minas. Muita gente, em Espinosa, ganhou bastante dinheiro nessa época áurea de grande produção dessa cultura, até a sua derrocada tempos depois. 
A cultura do algodoeiro atravessou grandes dificuldades na década de 80. Entre estas podem se destacar a chegada ao Brasil da praga do bicudo, responsável por sérios prejuízos à cultura, e os incentivos oferecidos para compra de algodão importado, que fizeram a demanda interna do produto, pela indústria têxtil nacional, entrar em franco declínio.
Essas dificuldades resultaram na queda substancial da produção no Nordeste Brasileiro, em função da baixa adoção de tecnologias que impossibilitava a convivência adequada com a praga do bicudo e da baixa competitividade do produto local com o importado, em razão da sua qualidade extrínseca e da escala de comercialização. O revés da cultura do algodoeiro também foi verificado nas demais áreas tradicionalmente produtoras de São Paulo e Paraná. Este último estado viu sua área plantada cair de cerca de 700 mil hectares no início da década de 90 para menos de 40.000 hectares em 2001.
Como alternativa para rotação com a soja, os produtores do Centro-Oeste viram no algodão uma grande oportunidade de negócios. A segunda metade da década de 90 significou um marco na migração da cultura do algodoeiro, das áreas tradicionalmente produtoras para o cerrado brasileiro. Hoje esta região responde por 84% da produção brasileira de algodão, tendo o estado de Mato Grosso como maior produtor brasileiro. O sucesso da cultura do algodoeiro no cerrado tem sido impulsionado pelas condições de clima favorável, terras planas, que permitem mecanização total da lavoura, programas de incentivo à cultura implementada pelos estados da região e, sobretudo, o uso intensivo de tecnologias modernas. Este último aspecto tem feito com que o cerrado brasileiro detenha as mais altas produtividades na cultura do algodoeiro no Brasil e no mundo, em áreas não irrigadas. A Embrapa vem participando decisivamente da aventura do algodão no cerrado através da geração e transferência de tecnologias. A cada ano, vêm sendo lançadas pelo menos duas novas cultivares e sendo desenvolvidos novos sistemas de produção e de manejo integrado de pragas e doenças, visando atender a uma demanda crescente por novas tecnologias.
O presente sistema de produção de algodoeiro no cerrado que a Embrapa está disponibilizando, resulta da necessidade dos clientes, de o imediato a informações precisas sobre temas que envolvem toda a cadeia produtiva do algodoeiro no cerrado. Constitui-se em uma contribuição a mais e espera-se que seja de grande utilidade para o desenvolvimento da cultura do algodoeiro nesta região de grande importância para o agronegócio brasileiro.
Até o início da década de 90, a produção de algodão no Brasil concentrava-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Após esse período, aumentou significativamente a participação do algodão produzido nas áreas de cerrado, basicamente da região Centro-Oeste. Esta região, que em 1990 cultivava apenas 123.000 ha (8,8% da área de algodão do país) ou para 479.000 ha em 2002, correspondendo a 63,0% do total da área. Os estados do Centro-Oeste, reconhecidamente produtores de algodão herbáceo, são Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Outros estados brasileiros que também estão produzindo algodão no Cerrado são a Bahia e o Maranhão na região Nordeste, cujos sistemas de produção apresentam características semelhantes às do Centro-Oeste.
Atualmente, a região Centro-Oeste responde por 74,47 % do algodão produzido no Brasil. Somando-se a produção do Centro-Oeste com a da Bahia e do Maranhão, o algodão do Cerrado representa mais de 80 % da produção nacional.
O deslocamento da produção de algodão para a região dos cerrados, principalmente do Centro-Oeste, foi resultante das condições favoráveis para o desenvolvimento da cultura e da utilização de variedades adaptadas às condições locais, tolerantes a doenças e com maior potencial produtivo, aliadas às modernas técnicas de cultivo. Soma-se a isso, a expressiva elevação dos preços internos no primeiro semestre de 1997, o estreito suprimento do produto no mercado interno e o estímulo dos governos estaduais, através de programas especiais de incentivo à essa cultura.
Outro fator determinante da evolução da cultura do algodão no Centro-Oeste é a produtividade. Enquanto no Sul, representado pelo Estado do Paraná, a produtividade em 2002 foi de 2.388 kg/ha e no Sudeste, de 2.448 kg/ha de algodão em caroço, a média do Centro-Oeste foi de 3.550 kg/ha, aproximadamente 47% maior.
A cultura do algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch.), realizada em condições de sequeiro, destaca-se como uma das mais importantes para a região Nordeste, em especial para os pequenos é médios produtores, tendo assim importância social e econômica muito elevada para o agronegócio nordestino, sendo que esta região é na atualidade um dos maiores pólos de consumo industrial de algodão da América Latina, junto com o Estado de São Paulo e o México.
Uma das grandes vantagens desta atividade é que mais de 75 % do custo de produção é com mão-de-obra o que significa ocupação para milhares de trabalhadores rurais. O algodão produzido pelas pequenas propriedades na região Nordeste é todo colhido à mão, o que proporciona, quando esta operação é bem feita, a obtenção de um produto de elevada qualidade intrínseca, ou seja de tipo superior, de 1 a 3 na classificação de algodão em caroço, com também qualidade intrínseca da fibra superior, especialmente a reflectância, a finura, a resistência e a fiabilidade. Os pequenos produtores de algodão herbáceo no Nordeste têm grande tradição com o cultivo desta malvácea e utilizam muito pouco insumos, principalmente fertilizantes inorgânicos, herbicidas e inseticidas, tendo assim a grande vantagem com relação as demais áreas de produção do Brasil, de ter um custo de produção bem menor, o que eleva a rentabilidade, apesar de ter um potencial de produção bem menor do que, por exemplo o do Mato Grosso, condições de cerrado com grandes produtores.
O algodão é um produto que tem mercado garantido dentro da própria região Nordeste e não é perecível, o que se constitui em uma grande vantagem para o produtor. Neste sistema de produção, são evidenciados os os tecnológicos para a cultura do algodão para o pequeno produtor desta cultura em condições de sequeiro (dependente de chuvas ) na região Nordeste.
A cultura do algodão é de grande importância econômica e social na região Norte de Minas Gerais, sendo a maior fonte de renda e, de longe, a principal cultura do município de Catuti. Sua estrutura de produção é baseada em pequenas propriedades, o que caracteriza forte presença de agricultores familiares. A sua viabilidade econômica é fundamental para a agricultura familiar e também para evitar o êxodo rural da região.
Nas décadas de 1980 e 1990, o algodão era a principal fonte de renda de vários municípios do Norte de Minas, com 130 mil hectares plantados gerando milhares de empregos. A escassez de chuvas e a entrada do bicudo-do-algodoeiro fizeram com que a cultura entrasse em decadência.
A área plantada foi reduzida drasticamente, com o fechamento das usinas de beneficiamento. Isso trouxe desemprego e outras dificuldades para a população. Desde 1987, a área a ser colhida foi reduzida drasticamente, não apenas em Catuti mas também na região Norte de Minas Gerais.

Projeto de retomada
Na tentativa de reverter a situação e buscar opções para os agricultores familiares na região, iniciou-se em 2007 o Projeto de Retomada do Algodão no Norte de Minas Gerais, sob a coordenação da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa).
O projeto está baseado em testes com a semente geneticamente modificada com tecnologia Bt, conhecida como algodão Bollgard, desenvolvida pela Monsanto. Os experimentos testaram duas variedades do algodão Bollgard (Nuopal e DP90-B).
O projeto experimental envolveu inicialmente um grupo de 30 agricultores familiares que, juntos, plantaram 166 hectares em sete municípios: Catuti, Janaúba, Mato Verde, Pai Pedro, Monte Azul, Francisco Sá e São Francisco.
Além das sementes, os pequenos agricultores receberam assistência técnica gratuita, com visitas de um técnico a cada três dias. As lavouras foram plantadas no fim de dezembro de 2008 e colhidas a partir do início de abril de 2009.
O custo do plantio do algodão foi financiado pela própria Amipa, com recursos oriundos do Programa Mineiro de Algodão (Proalminas), fundo criado pelo governo do Estado para o incentivo à atividade. A outra parte foi bancada com crédito rural liberado pelo Banco do Nordeste e pelo Banco do Brasil.
O plantio das sementes transgênicas foi realizado de acordo com a legislação, sendo que em cada lavoura foram reservados 20% do cultivo de algodão convencional (variedade Delta Opel). A seguir serão apresentados os principais resultados do projeto na safra 2008/09.

Resultados iniciais
De acordo com as características socioeconômicas dos produtores analisados, cada um conta com, em média, uma área disponível de 20 hectares, onde plantaram 5,5 hectares de algodão em 2008. Obtiveram uma produtividade média de 127 arrobas de algodão Bollgard por hectare, resultado inferior às suas expectativas, mas bem acima da produtividade de algodão convencional na região.
Segundo o técnico responsável pelo projeto, José Tibúrcio, “antes, no plantio do algodão convencional, a média de produtividade na região era de apenas 30 arrobas por hectare”.
Com base na informação disponível das parcelas experimentais de 18 produtores, pode-se inferir que a produtividade do algodão Bollgard foi estatisticamente superior à produtividade do algodão convencional.
A diferença entre a produtividade do algodão Bollgard e o convencional (19,47 arrobas por hectare) ficou abaixo da esperada pelos produtores porque a lavoura foi plantada tardiamente, devido à demora da disponibilidade de recursos, e também pela falta de chuva. Segundo o técnico José Tibúrcio, a produtividade potencial do algodão transgênico é de 200 arrobas se plantado na época certa, aproveitando as chuvas que geralmente ocorrem em novembro na região.
Ele afirma que a variedade alterada geneticamente se adaptou muito bem às condições do semiárido. “O ciclo do algodão transgênico no Norte de Minas é menor do que em outras regiões do País, variando de 70 a 120 dias. Isso se deve à baixa altitude (600 metros) e à alta luminosidade, que favorecem o desenvolvimento da planta, com maior rapidez de crescimento”. O intervalo entre o plantio e a colheita fica entre 250 a 300 dias em outras áreas produtoras, como em Mato Grosso.
Além dos ganhos de produtividade, outro benefício econômico e ambiental do algodão Bt é a redução da aplicação de inseticidas. Na cultura convencional, o produtor faz em média de 18 a 20 aplicações de inseticida entre o plantio e a colheita. No algodão geneticamente modificado, a própria planta de algodão produz o bioinseticida, reduzindo a necessidade para no máximo sete aplicações de defensivos, específicas para o controle do bicudo.
Com a tecnologia Bt, a planta é protegida contra o ataque nos frutos, pois a proteína chamada Bt1 atua sobre as lagartas que a atacam na fase de floração e frutificação.
Outro benefício da tecnologia transgênica é que a redução do número de aplicações de inseticidas melhora a qualidade de vida do produtor, que tem mais tempo para ar com a família, e diminui sua exposição a agrotóxicos, reduzindo o risco de malefícios à saúde.
O aumento da qualidade da pluma do algodão foi outro benefício do algodão Bt. De acordo com José Tibúrcio, “com o uso de tecnologias adequadas de manejo e nutrição, consegue-se atingir padrões HVI com o algodão Bollgard”. Desta forma, a melhor qualidade do produto final facilita a inserção do agricultor familiar de forma competitiva no mercado. Os resultados iniciais do projeto sugerem, portanto, que a utilização do algodão Bt permite o aumento da produtividade, a redução de custos e incrementos na renda do produtor. Os resultados da análise dos questionários e dos ganhos significativos de produtividade indicam que o projeto é promissor e tem potencial de fazer ressurgir a atividade na região.
A receptividade dos produtores familiares também foi boa à introdução da nova tecnologia. Com o apoio de crédito do Banco do Nordeste, o projeto terá recursos suficientes para expandir em até 100% a lavoura do algodão no Norte de Minas.
Para a nova safra, espera-se plantar mais cedo o algodão para aproveitar as chuvas de novembro. O sucesso inicial do projeto do algodão também estimulou a Amipa a testar o milho Bt no próximo ano. “Como todo agricultor familiar é um produtor de alimentos, pretendemos disponibilizar o milho transgênico para avaliarmos o comportamento das variedades em nossas condições de semiárido”, conclui José Tibúrcio.
Apesar de resistências políticas e ideológicas à adoção de transgênicos por agricultores familiares, os resultados preliminares deste projeto indicam que os transgênicos podem reanimar a agricultura familiar em regiões empobrecidas e com problemas climáticos e de pragas. Isso porque a tecnologia Bt é uma solução para um problema agronômico sério – a destruição de lavouras de algodão (e de toda a economia que surge ao redor) por insetos (praga). A resistência aos insetos é um atributo valioso que diminui a dependência na aplicação de inseticidas. Fonte: agroanalysis.com.br

187 - Walt Disney, um verdadeiro gênio do entretenimento 6v561a

Continuando o assunto sobre a eterna magia das histórias em quadrinhos, matéria tratada aqui no nosso blog há pouco tempo, vamos conhecer agora um pouco sobre as maravilhosas criações de um dos maiores gênios da indústria do entretenimento mundial, Walt Disney.  
Antes de tudo, gostaria de dizer que eu era tão aficionado pelas histórias dos personagens Disney que, durante a minha infância, ao invés de comprar balas, chicletes, doces e refrigerantes, como toda a meninada fazia, eu juntava todo o dinheirinho que eu ganhava da minha mãe para comprar revistinhas em quadrinhos. Era uma alegre conquista para mim, ir até a banca de Sêo Zezinho Oliva comprar uma edição do Pato Donald, do Mickey, do Tio Patinhas ou do Zé Carioca. Infelizmente, há um bom tempo não leio mais revistas em quadrinhos, mas espero ter a oportunidade de voltar a me encantar com as fascinantes histórias desses personagens inesquecíveis. 
Walt Disney foi um produtor cinematográfico, cineasta, diretor, roteirista, dublador, animador, empreendedor, filantropo e co-fundador da The Walt Disney Company. Tornou-se conhecido, nas décadas de 1920 e 1930, por seus personagens de desenho animado, como "Mickey" e "Pato Donald". Ele também foi o criador do parque temático sediado nos Estados Unidos chamado Disneylândia, além de ser o fundador da corporação de entretenimento, conhecida como a Walt Disney Company.
Walter Elias Disney nasceu em Chicago, no dia 5 de Dezembro de 1901. Era um dos 5 filhos de Elias Disney e Flora Call Disney. Depois do nascimento de Walt, a família Disney mudou-se para Marceline, no Missouri, onde Walt viveu a maior parte da sua infância. Ele demonstrou, desde muito novo, interesse pela arte. Para fazer dinheiro extra, vendia, com frequência, desenhos aos seus vizinhos. Estudou arte e fotografia, tendo ingressado na High School de McKinley, em Chicago.
Em 1918, durante a primeira grande guerra, Disney tentou alistar-se no serviço militar mas foi rejeitado devido a ter, na época, apenas 16 anos de idade. Walt ofereceu, então, os seus préstimos à Cruz Vermelha, tendo sido enviado para a França, onde permaneceu um ano guiando uma ambulância que, em vez de ostentar uma camuflagem normal, estava coberta por desenhos seus. Após o seu regresso da França, iniciou, com uma pequena companhia chamada Laugh-O-Grams, a sua carreira em arte comercial. Devido ao pouco sucesso que obteve com esta empresa, resolveu rumar à Hollywood e aí começar de novo.
Em 1928, surge o seu primeiro personagem, o rato "Mickey", ao qual se seguem, nos anos seguintes, inúmeros outros: "Pato Donald", "Pateta", "Pluto", "Tio Patinhas", "Minnie"...
Com o sucesso dos desenhos animados estrelados por "Mickey Mouse", Walt Disney começou a licenciar seus personagens para serem transformados em brinquedos e outros produtos de consumo, como relógios, o que gerava lucros para o estúdio em um momento de grave crise econômica. Disney também firmou um acordo com a empresa King Features para distribuir as tiras protagonizadas por suas criações.
Dessa forma, em 13 janeiro de 1930, os jornais norte-americanos começaram a publicar as tiras de "Mickey", desenhadas por Ub Iwerks e arte-finalizadas por Win Smith, a partir de roteiros elaborados pelo próprio Disney, que se baseavam nos curtas de animação. Quando Iwerks e Smith deixaram o estúdio, Disney incumbiu o artista Floyd Gottfredson de fazer os quadrinhos. Em 45 anos de trabalho, Gottfredson escreveu e desenhou as aventuras serializadas e as piadas de "Mickey" e criou personagens como o "Coronel Cintra", o bandido "Mancha Negra" e "Esquálidus", o homem do futuro.
Outro artista de destaque nas tiras e páginas dominicais editadas nos jornais foi Al Taliaferro, que auxiliava Gottfredson em suas tiras e fazia as adaptações de desenhos animados para os quadrinhos, na série intitulada "Silly Simphonies", para a qual desenhou, em 1934, "A Galinha Sábia" e se encantou com o pato preguiçoso e irritadiço vestido de marinheiro que debutou nessa história. Taliaferro convenceu Disney a lançar, quatro anos depois, a tira do "Pato Donald", que realizou até sua morte, em 1969, adicionando à "Família Pato" novos integrantes, como os sobrinhos de "Donald" ("Huguinho, Zezinho e Luisinho"), a "Vovó Donalda" e "Margarida".
O mais cultuado dos quadrinhistas norte-americanos é Carl Barks. Depois de ter contribuído com a revista humorística The Calgary Eye-Opener com cartuns eróticos (para a época), ingressou no Estúdio Disney e participou da produção de "Branca de Neve e os Sete Anões", primeiro longa metragem de animação de Disney, em 1937, e de vários curtas-metragens do "Pato Donald".
Em 1942, Barks desenhou, ao lado de Jack Hannah, a história em quadrinhos "O Tesouro do Pirata". Ele resolveu, então, dedicar-se a essas narrativas gráficas sequenciais. O artista deixou o estúdio de animação e, em seu sítio localizado na Califórnia, escreveu e desenhou mais de 500 histórias, longas e curtas, com o "Pato Donald" e seus familiares. Criou personagens que se popularizaram entre os leitores: o milionário e avarento "Tio Patinhas", o sortudo e arrogante "Gastão", o inventor maluco "Professor Pardal", os "Irmãos Metralha", a feiticeira "Maga Patalójika", entre outros.
Além de Barks, diversos artistas produziram histórias para as revistas de quadrinhos nos Estados Unidos, como Walt Kelly, Paul Murry (desenhista das aventuras de "Mickey" e co-criador do "Superpateta"), Tony Strobl e Jack Bradbury.
Seguiram-se inúmeras outras produções da Disney, umas com imagens animadas, outras com imagens reais, outras, ainda, fundindo os dois gêneros, como "Mary Poppins" (1964).
Na década de 1960, para atender ao mercado latino-americano e europeu, surgiu o Studio Program, que desenvolveu novos personagens, a exemplo do atrapalhado primo "Peninha" (criado pelo roteirista Dick Kinney e pelo desenhista Al Hubbard) e dos espiões "0-0 Zé-ro" e "Pata Hari" (paródia de James Bond).
Nos anos 1970 os quadrinhos Disney norte-americanos ficaram repetitivos e foram gradativamente perdendo leitores. O destaque fica apenas para as aventuras do "Superpateta" desenhadas por Pete Alvarado e para as histórias curtas de "Mickey" com arte de Paul Murry. A década seguinte foi marcada pelo aparecimento de novos quadrinhistas (Keno Don Rosa e William Van Horn), responsáveis pelo renascimento dos quadrinhos Disney. Don Rosa, por exemplo, retomou a obra de Barks e recriou clássicos desse artista, como a série "A Saga de Tio Patinhas", que conta a história do personagem desde a infância pobre na Escócia até sua velhice como milionário e o encontro com os sobrinhos.
No mesmo ano em que surgiram nos Estados Unidos, as tiras de "Mickey" chegaram ao Brasil. Na edição 1277 da revista "O Tico-Tico", os leitores brasileiros encontravam as "Aventuras do Ratinho Curioso - Walt Disney e UB Iwerks. Exclusividade para O Tico-Tico em todo o Brasil". Logo, o personagem ou a aparecer sobre o logotipo da publicação ao lado de outros personagens ("Chiquinho", "Jagunço", "Zé Macaco" e "Faustina", "Gato Félix", "Lamparina", "Réco-Réco", "Bolão" e "Azeitona", etc.), com arte de J. Carlos. Este foi o primeiro artista brasileiro a desenhar "Mickey", seja em capas do "Almanaque O Tico-Tico", seja em peças publicitárias publicadas na revista nos anos 1930.
Ao longo das décadas de 1930 e 1940, os quadrinhos Disney estiveram presentes nas páginas da Gazetinha, do Suplemento Juvenil, O Lobinho, Mirim, Guri e Gibi. Nesses periódicos, as tiras com os personagens Disney dividiam o espaço com histórias de outros personagens distribuídos por syndicates americanos e com histórias feitas por artistas brasileiros.
Em julho de 1950, a Editora Abril lançou a revista mensal "O Pato Donald" (que, a partir do número 22, ou a ser editada semanalmente, em formatinho), seguindo o modelo da publicação argentina "El Pato Donald". Dois anos depois, chegava às bancas a revista mensal "Mickey". O título "Zé Carioca" teve início em janeiro de 1961, com o número 479 da revista do "Pato Donald", revezando quinzenalmente com ela. Já "Tio Patinhas" ganhou sua revista no final de 1963, inicialmente intitulada "Almanaque Tio Patinhas". Na década de 1970 foram lançadas as revistas "Almanaque Disney", "Disney Especial" (coletâneas de histórias agrupadas por temas), "Edição Extra", além de diversos almanaques e edições especiais. Com o tempo, várias publicações foram descontinuadas, mas as revistas "Pato Donald", "Mickey", "Zé Carioca" e "Tio Patinhas" continuam a ser produzidas mensalmente.
O primeiro artista brasileiro a desenhar histórias em quadrinhos Disney foi Jorge Kato, cuja primeira história, "Papai Noel por acaso", saiu em dezembro de 1959. Até 2001, diversos quadrinhistas brasileiros realizaram histórias com personagens Disney: Waldyr Igayara, Carlos Edgard Herrero, Renato Canini, Primaggio Mantovi, Moacir Rodrigues Soares, Irineu Soares Rodrigues, Luiz Podavin, Roberto Fukue, Euclides Miyaura, Eli Leon, Gustavo Machado, Paulo Borges e os roteiristas Cláudio de Souza, Ivan Saidenberg, Júlio de Andrade Filho, Gerson Teixeira, entre outros. Da imaginação desses artistas saíram personagens como "Morcego Vermelho", "Biquinho", "Zico e Zeca", "Pedrão", etc.
Infelizmente, no ano de 1966 foi detectado um tumor maligno (câncer) no pulmão esquerdo de Walter Elias Disney, razão pela qual na data de 6 de novembro do mesmo ano, ele submeteu-se a uma cirurgia para removê-lo. Após duas semanas da realização da cirurgia, Walt saiu do Hospital St. Joseph e ou alguns dias em seu estúdio, bem como visitando alguns parentes. No entanto o seu estado de saúde agravou-se, voltando a ser internado. Infelizmente o sistema circulatório de Walt entrou em colapso, vindo a falecer.
O cineasta, não viveu para ver as atrações da Walt Disney World, como o Epcot Center, o Magic Kingdom, os Estúdios MGM (atual "Disney Hollywood Studios") e o Disney Animal Kingdom, além dos parques aquáticos. Walt Disney faleceu no dia 15 de Dezembro de 1966, aos 65 anos, em Los Angeles, na Califórnia, vítima de câncer de pulmão.
Para além de estúdios cinematográficos, o vasto império criado por Walt Disney inclui diversos parques temáticos (Disneylândia, Eurodisney...), inúmeros canais de televisão e elevados rendimentos originados na venda direta de filmes e livros e nos direitos de utilização, por outras entidades, das imagens dos seus personagens.

Walt Disney transformou-se numa lenda, tendo criado, com a ajuda da sua equipe, todo um universo de referências no imaginário infantil de sucessivas gerações. As suas histórias, facilmente compreensíveis, refletem os valores médios da tradição americana.
Fontes: wikipedia, omelete.com.br, disneymania.com.br e marcelpavela.blogspot.com

quinta-feira, 4 de agosto de 2011 473k5i

186 - Música sertaneja de verdade 1d3j36

Música sertaneja: nome genérico que designa a música produzida a partir da década de 20 do século XX por compositores urbanos e rurais e que anteriormente era chamada, de modo geral, de modas, toadas, cateretês, chulas, emboladas e batuques. A música sertaneja como tal surgiu em 1929, quando Cornélio Pires, pesquisador, compositor, escritor e humorista, começou a gravar "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais da região cultural caipira, que abrange a área do interior paulista, norte e oeste paranaenses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Na época das gravações pioneiras de Cornélio Pires, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam a beleza bucólica e romântica da paisagem, assim como o modo de vida do homem do interior em oposição à vida do homem da cidade.  Hoje tal gênero é denominado música sertaneja de raiz, com as letras dando ênfase ao cotidiano, e com a sua peculiar maneira de cantar.

De uma maneira mais ampla, a música sertaneja seria também o baião, o xaxado e outros ritmos do interior do Norte e Nordeste. Tradicionalmente a música sertaneja é interpretada por um duo, geralmente de tenores, com voz nasal e uso acentuado de um falsete típico. O estilo vocal se manteve relativamente estável, enquanto a instrumentação, ritmos e contorno melódico gradualmente incorporaram elementos estilísticos de gêneros disseminados pela indústria cultural. Inicialmente tal estilo de música foi propagado por uma série de duplas, com a utilização de violas e duetos vocais. Estas primeiras duplas cantavam principalmente as chamadas modas de viola, com uma temática bastante ligada à realidade cotidiana, fazendo verdadeiras crônicas.
Com o ar do tempo, ocorreram as modificações temáticas,  estruturação melódica e utilização de novos instrumentos. Estas modificações de roupagem e adaptações no conteúdo temático - anteriormente rural e agora urbano - consolidaram o estilo moderno da música sertaneja romântica que, nos anos 80, torna-se o primeiro gênero de massa produzido e consumido no Brasil. A história da música sertaneja, segundo a pesquisadora Marta Ulhôa, pode ser dividida em três fases: De 1929 até 1944, como música caipira ou música sertaneja de raiz; do pós-guerra até os anos 60, numa fase de transição; e do final dos anos 60 até a atualidade, como música sertaneja romântica.Na primeira fase, ainda segundo a mesma pesquisadora, "os cantadores interpretavam modas de viola e toadas, canções estróficas que, após uma introdução da viola (repique), falavam do universo sertanejo numa linguagem essencialmente épica, muitas vezes satírico-moralista e menos frequentemente amorosa. Os duetos em vozes paralelas eram acompanhadas pela viola caipira, instrumento de cordas duplas e vários sistemas de afinação e mais tarde também pelo violão". Mais tarde introduzem-se na música sertaneja novos instrumentos como a harpa e o acordeom; novos estilos, como os duetos com intervalos variados; o estilo mariachi e novos gêneros, inicialmente a guarânia e a polca paraguaia; e mais tarde o corrido e a canção rancheira mexicanos.

A fase moderna da música sertaneja inicia-se no final dos anos 1960, com a introdução da guitarra elétrica e o chamado "ritmo jovem" por Léo Canhoto e Robertinho. O modelo é a "Jovem Guarda", sendo que um de seus integrantes, Sérgio Reis, começa a gravar o repertório tradicional sertanejo, contribuindo para a penetração mais ampla do gênero. Os locais de performance da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as rádios AM. Nos anos 1980, foi introduzida nas rádios FM e também na televisão, seja em programas semanais matutinos de domingo, seja no chamado horário nobre, em trilhas de novela ou programas especiais. Nesta modalidade de música sertaneja, ainda nas palavras de Marta Ulhôa, os cantores alternam solos e duetos para apresentar canções, muitas vezes em ritmo de balada, que tratam principalmente de amor romântico, de clara inspiração urbana. Algumas canções classificadas como sertanejas nas paradas de sucesso vão sendo, às vezes, interpretadas totalmente por solistas, dispensando o recurso tradicional da dupla. Os arranjos instrumentais dessas músicas adicionam instrumentos de orquestra, além da base de rock, já incorporada ao gênero. A unidade estilística da música sertaneja é conseguida pelo uso consistente do estilo vocal tenso e nasal e pela referência temática ao cotidiano, seja rural e épico na música sertaneja de raiz, seja urbano e individualista na música sertaneja romântica. Tais modificações têm provocado muitas confusões, levando inclusive muitos estudiosos a realizarem uma distinção entre música sertaneja e música caipira. A primeira seria aquela feita nos grandes centros urbanos por não-caipiras. Esta modalidade foi, a partir dos anos 1980, crescendo no mercado fonográfico e tornando-se, já na primeira década dos anos 2000, o filão mais representativo daquele mercado. Dezenas de duplas aram a surgir adotando o estilo modernizado, de temática urbana e incorporando influências do gênero pop, mantendo do feitio original o canto em terça e a reverência aos "mestres". Todavia, nas regiões consideradas originárias, permanece vigoroso o surgimento de duplas e violeiros jovens que apresentam manutenção no cultivo da chamada música sertaneja de raiz.
Fonte: dicionariompb.com.br


Sei que posso causar alguma polêmica com essa postagem, mas não posso deixar de emitir a minha opinião sobre a chamada música sertaneja, que hoje, de sertaneja, não tem absolutamente nada. Nada mais é do que música pop, romântica e brega, com algumas letras intragáveis. Vejam bem, o que de sertanejo tem Luan Santana e Paula Fernandes? Nadinha. São ícones atuais da música pop romântica, às vezes cantando algumas músicas tradicionais com novos arranjos. São muito talentosos, mas não podemos confundir as coisas.
Gosto muito da tradicional música sertaneja, que contempla vários estilos de canção nas diversas regiões brasileiras, contando as suas belas histórias da vida do genuíno homem do campo, bem como de outros temas bastante interessantes. Para acirrar mais a discussão, que sempre é bem-vinda, relaciono abaixo as 15 músicas verdadeiramente sertanejas de que eu mais gosto:
  1. No rancho fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo) 1931
  2. Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré) 1980
  3. Chalana ((Mário Zan e Arlindo Pinto) 1954
  4. O cio da terra (Chico Buarque e Milton Nascimento) 1976
  5. Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira) 1925
  6. Luar do sertão (Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco) 1914
  7. Amizade sincera (Renato Teixeira e Dominguinhos) 1990
  8. Chuá, chuá (Pedro de Sá Pereira e Ary Pavão)
  9. Cuitelinho (Folclore)
  10. Eu, a viola e Deus (Rolando Boldrin) 1979
  11. Tocando em frente (Almir Sater e Renato Teixeira)
  12. Cabocla Tereza (Raul Torres e João Pacífico) 1932
  13. Romaria (Renato Teixeira) 1977
  14. Couro de boi (Teddy Vieira e Palmeira) 1954
  15. Um violeiro toca (Almir Sater)
Luar do Sertão
Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Ó, que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Esse luar lá na cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mas parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega a viola que ponteia
E a canção e a lua cheia
A nos nascer do coração
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Coisa mais bela neste mundo
Não existe
Do que ouvir um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua
É que diz, canta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar
A quem me dera
Eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Chora a sua viuvez
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Vaca Estrela e Boi Fubá
Patativa do Assaré

Seu doutô, me dê licença
Pra minha história contá
Hoje eu tô em terra estranha
É bem triste o meu pená
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugá
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campeá
Todo dia eu aboiava
Na porteira do currá
Ê, ah, ah
Êêêê Vaca Estrela
Ôôôô Boi Fubá
Eu sô fio do Nordeste
Não nego meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá prá cá
Lá eu tinha o meu gadinho
Não é bão nem imaginá
Minha linda Vaca Estrela
E o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardezinha
Eu começava aboiá
Ê, ah, ah
Êêêê Vaca Estrela
Ôôôô Boi Fubá
Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapaiá
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentá
O sertão se esturricô
Fez o açude secá
Morreu minha Vaca Estrela
Se acabô meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto eu tinha
Nunca mais pude aboiá
Ê, ah, ah
Êêêê Vaca Estrela
Ôôôô Boi Fubá
Hoje nas terra do Sul
Longe do torrão natá
Quando vejo em minha frente
Uma boiada á
As águas corre nos óio
Começo logo a chorá
Lembro minha Vaca Estrela
Lembro meu Boi Fubá
Com sodade do Nordeste
Dá vontade de aboiá
Ê, ah, ah
Êêêê Vaca Estrela
Ôôôô Boi Fubá