Espinosa, meu éden 6r4r4o

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024 h2my

3384 - Corinthians, Hendecacampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior 3a652p

Tradicionalíssima competição esportiva brasileira, a Copinha, ou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, é realizada anualmente no início da temporada, reunindo equipes de jovens jogadores de futebol de todo o país. Nesta edição de 2024, participaram 128 equipes. A competição sempre é finalizada no dia do aniversário de São Paulo, 25 de janeiro, no Estádio do Pacaembu. Por estar em reformas, a decisão foi transferida para a Neo Química Arena, do Corinthians.
Para chegar à sua 19ª final, o Corinthians eliminou o Novorizontino na semifinal, vencendo por 3 x 0, com três gols do centroavante Arthur Sousa. Já o Cruzeiro, que disputa sua 4ª final, chegou à decisão após ar pelo Flamengo, vencendo por 2 x 1, gols de Bruno Alves e Gui Meira, de pênalti.
Na partida final disputada nesta quinta-feira às 15h30, o Corinthians bateu o Cruzeiro pelo placar de 1 x 0, gol de Kayke, e conquistou o décimo primeiro título de sua história na competição.
Com 54 edições realizadas, o Corinthians é o maior vencedor da Copa São Paulo de Juniores, com 11 títulos conquistados. O Cruzeiro tem um título. 



CAMPANHA DO CRUZEIRO:
PRIMEIRA FASE - GRUPO 28:
04-01 - Quinta-feira - Mogi das Cruzes - 15h15 - 1 x 0 Capital
07-01 - Domingo - Mogi das Cruzes - 17h - 1 x 1 Nova Mutum
10-01 - Quarta-feira - Mogi das Cruzes - 17h15 - 9 x 0 União Mogi
SEGUNDA FASE:
13-01 - Sábado - Mogi das Cruzes - 21h30 - 1 x 0 Madureira
TERCEIRA FASE:
15-01 - Segunda-feira - Mogi das Cruzes - 20h45 - 1 x 0 Portuguesa
OITAVAS DE FINAL:
17-01 - Quarta-feira - Arena Barueri - 19h30 - 3 x 0 Santos
QUARTAS DE FINAL:
19-01 - Sexta-feira - Arena Barueri - 21h - 1 x 0 Coritiba
SEMIFINAL:
22-01 - Segunda-feira - Arena Barueri - 19h30 - 2 x 1 Flamengo
FINAL:
25-01 - Quinta-feira - Neo Química Arena - 15h30 - 0 x 1 Corinthians



CAMPANHA DO CORINTHIANS:
PRIMEIRA FASE - GRUPO 10:
03-01 - Quarta-feira - Marília - 21h45 - 6 x 0 Ji-Paraná
06-01 - Sábado - Marília - 17h15 - 1 x 0 Bangu
09-01 - Terça-feira - Marília - 21h30 - 0 x 0 Marília
SEGUNDA FASE:
12-01 - Sexta-feira - Marília - 17h15 - 2 (5) x (4) 2 Guarani
TERCEIRA FASE:
14-01 - Domingo - Marília - 16h - 4 x 1 Atlético-GO
OITAVAS DE FINAL:
16-01 - Terça-feira - Marília - 18h30 - 6 x 0 CRB
QUARTAS DE FINAL:
18-01 - Quinta-feira - Marília - 21h35 - 2 x 0 América-MG
SEMIFINAL:
22-01 - Segunda-feira - Neo Química Arena - 21h30 - 3 x 0 Novorizontino
FINAL:
25-01 - Quinta-feira - Neo Química Arena - 15h30 - 1 x 0 Cruzeiro



CORINTHIANS 1 X 0 CRUZEIRO
Motivo: Final da Copa São Paulo de Futebol Júnior
Data: Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Local: Neo Química Arena, São Paulo (SP)
Público: 43.495
Renda: R$ 1.215.586,00
Arbitragem: 
Árbitro: Gabriel Henrique Meira Bispo (SP)
Assistentes: Robson Ferreira Oliveira (SP) e Izabele de Oliveira (SP)
Quarto árbitro: Thiago Lourenço de Mattos (SP)
VAR: Daiane Muniz dos Santos (SP)
Gols: Kayke, aos 39 minutos do 2º tempo (Corinthians)
Cartões amarelos: Vitor Meer, Léo Maná, Arthur Sousa, Kayke (Corinthians); Arthur (Cruzeiro)
CORINTHIANS: Felipe Longo; Léo Maná, Renato, João Pedro Tocha e Vitor Meer; Ryan (Thomas Augustin), Breno Bidon e Pedrinho (GH); Higor (Thomas Lisboa), Kayke e Arthur Sousa (Jhonatan)
Treinador: Danilo Andrade
CRUZEIRO: Otávio; Dorival, Pedrão, Bruno Alves (Kelvin) e Carlos Gabriel (Rhuan Gabriel); Henrique (André), Jhosefer (Vitor Jesus), Vitinho e Gui Meira; Tevis e Arthur (Ruan Índio) 
Treinador: Fernando Seabra

Parabéns aos jovens jogadores do Corinthians pela importante conquista e muito sucesso na carreira futura de atleta profissional de futebol!
Um grande abraço espinosense.  

Centenário de Espinosa - Postagem 34 4i602c

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Se existe um povo festeiro, farrista e animado neste mundo, é o espinosense. E para que este entusiasmo pelas festas e comemorações se mantenha vivo e alegre, a música é componente indispensável. Assim é que, na nossa história centenária tivemos, e temos, uma boa quantidade de músicos talentosos, nos mais variados estilos. Com habilidade ímpar na sanfona, temos Waldeir Tolentino, Walter Cangussu, Gino e Louro Mineiro. No violão temos Galdino, Orlando Freitas, Paulinho da Viola e Negão de Doxa. No baixo temos Devá e Betinho. Na bateria temos Canichane e Ratinho. No vocal temos Niltinho, Osmar, Fernando César e Heron. Só alguns poucos exemplos dos nossos artistas da terra, sobretudo dos mais antigos, que abriram caminho para a grande quantidade de jovens bons músicos que atualmente se apresentam na cidade e na região.
Animaram festas, bailes, leilões e reuniões sociais e políticas a saudosa banda de música do senhor Macedo, Os Boêmios e o Resto do Mundo, entre outros, espalhando graça e magia por aí.   









Fica o nosso agradecimento a todas estas figuras do ado e do presente que usam a sua afiada sensibilidade artística para nos encantar com a beleza da música, ingrediente essencial e imprescindível para nossas vidas. Boa sorte e sucesso para todos os nossos velhos e jovens artistas! 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 33 1072b

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Pode até existir, mas não me lembro de ver, desde que me entendo por gente em Espinosa, uma família tão divinamente abençoada por Deus com o dom do esporte como a de Sêo Ezinho e Dona Loura. É impressionante como todos os cinco filhos homens deles, Dim, Edmilson, Tatuzinho, Racine e Erivan, vieram ao mundo com o talento e a habilidade com a bola. 
  




O mais craque deles, o atacante artilheiro Elton Gomes, o Tatuzinho, é um fenômeno no trato da bola. E não só no futebol de campo! Seja no futebol, de campo, society ou de salão, ou no futevôlei, ou na peteca, ou no vôlei, ele sempre se destacou dos demais, com rendimento surpreendente e formidável. Dedicado e competitivo, Tatuzinho nunca se contentou apenas em balançar constantemente as redes adversárias, mas sempre se empenhou na busca de vitórias e conquistas, muitas em sua trajetória esportiva. Não à toa é meu ídolo no futebol espinosense. Tive a felicidade e a regalia de poder estar ao seu lado por um bom tempo vestindo a mesma camisa no Cruzeirinho e pude acompanhar e presenciar de perto sua incrível habilidade para jogar futebol. Para minha alegria, também pude jogar ao lado dos seus irmãos craques, Dim e Racine. Um privilégio!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024 6r4a6

Centenário de Espinosa - Postagem 32 33j6x

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Toda cidade tem, entre os seus moradores, algumas figuras que se destacam na multidão, seja por seus talentos, por suas realizações ou por suas excentricidades. Na nossa história tivemos irmãos espinosenses que fugiam completamente da existência comum, trivial e ordinária. Arichó foi uma dessas figuras, com suas palavras e frases de efeito ditas enquanto saía pela cidade vendendo suas frutas dentro de um carrinho de mão. "Uérre!", "uh, lagartixa!" e "bacaxi nanás" eram algumas das suas expressões que ficaram famosas. Outro personagem famoso é Chico do Avião, com sua paixão desmedida pelas máquinas de voar pelos ares. 
Uma figura incrível e insólita da nossa Espinosa foi o Walter Mendes. Waltinho, que assim como eu e um montão de outros espinosenses, gostava de beber uma cerveja. E formava um casal extremamente apaixonado com Nair. Conhecido e querido por todos, Waltinho se diferenciava na multidão por suas ideias singulares e seu jeito excêntrico de ser. Só mesmo ele para aparecer em pleno dia na praça da Matriz, no centro da cidade, segurando, sem o menor receio, uma enorme cobra. Outra figura espinosense bastante conhecida, Vicentão, lhe auxiliava na tarefa de apresentar a serpente aos curiosos que se aglomeraram ali na praça para observar a cena inusitada. 




Diz a lenda, que parece ser verídica, que a grande cobra foi transformada rapidamente, sob os dotes culinários de Waltinho, em uma deliciosa farofa que se esgotou em minutos no Bakana de seu irmão Waldir. Se alguém duvida da história, as fotografias, sem adulteração pela Inteligência Artificial, estão aí bem claras para provar a veracidade do fato.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 31 6x726x

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nos anos dourados do cultivo do "ouro branco", o algodão, a nossa Espinosa destacava-se na região com uma produção extraordinária do produto. Chegamos, em determinadas épocas, a ter várias usinas algodoeiras funcionando simultaneamente e a todo vapor no município, para conseguir processar toda a enorme produção do algodão. Tal cenário enriquecia os empresários e gerava empregos para boa parte dos habitantes da cidade. Muita gente de boa visão econômica teve sua usina algodoeira, como Aristides Tolentino, Joaquim de Freitas, Benvindo Nogueira, Valdemar Cruz, entre outros.








Infelizmente este cenário pujante e lucrativo se desfez no ar com a aparição silenciosa e demolidora do inseto-praga "anthonomus grandis", o maldito bicudo do algodoeiro. Sua chegada às plantações do Norte de Minas foi um desastre completo, de proporções gigantescas que inviabilizaram completamente a continuidade da cultura do algodão na região. Usinas de beneficiamento de algodão foram fechadas e os trabalhadores das colheitas tiveram que procurar novas ocupações, o que causou um abalo substancial na economia regional e o recrudescimento do empobrecimento da população. É inacreditável, mas assim como o maldito mosquito "aedes aegypti", um inseto minúsculo fez um estrago gigante no panorama produtivo da região, influenciando sobremaneira negativamente na vida de milhares de moradores, especialmente os espinosenses. Uma pena!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

terça-feira, 23 de janeiro de 2024 6n6r3o

3383 - Jornada de um brasileiro nos Andes 6g1p1o

A impressionante história de sobrevivência de alguns jovens jogadores de rúgbi uruguaios da equipe Old Christians Club no meio da neve no ano de 1972, voltou ao centro das atenções com o recente lançamento do filme "A Sociedade da Neve", que recria o desastre aéreo com a queda do avião bimotor Fairchild FH-227D nas montanhas geladas da Cordilheira dos Andes, no Chile. Quem puder, não deixe de assistir ao filme, um trabalho espetacular do diretor Juan Antonio Bayona, que está disponível na Netflix e está concorrendo a várias premiações no mundo do cinema. 



Um brasileiro, o editor de livros e cicloviajante Maurício Decker, resolveu prestar sua homenagem aos bravos e corajosos 16 sobreviventes da tragédia aérea uruguaia, indo de bicicleta até o local onde ainda se encontram destroços do avião e corpos dos falecidos. Ele saiu da residência de um dos heróis da história, Roberto Canessa, em Montevidéu, no Uruguai, pedalou cerca de 1.800 km e caminhou outros 60 km até chegar ao local exato onde caiu a aeronave. Depois de muita preparação e suor, com muitos obstáculos vencidos, o ciclista deixou no memorial criado no local a sua presença registrada com uma camisa azul com o número 29 às costas, relativo ao número de vítimas fatais, e a expressão Andes 1972.
iro a coragem, a força mental, a determinação e a resiliência desses aventureiros que, contra todas as adversidades, vão até o fim para realizarem os seus sonhos. Queria muito ter esta intrepidez e perseverança. Como infelizmente não as tenho, só me resta irar e aplaudir de pé estas incríveis, abençoadas e iluminadas figuras humanas.
Um grande abraço espinosense.


    

Centenário de Espinosa - Postagem 30 4n2j12

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Na importante e movimentada Avenida Minas Gerais, exatamente no local onde atualmente estão construídas lojas e um posto de gasolina, antigamente existia o famoso Campo dos Barrigudos, onde os aficionados pelo futebol nas décadas de 50 e 60 disputavam suas peladas e seus jogos. Infelizmente não pude usufruir deste campo, que nem tive a oportunidade de conhecer.
Aquele amplo espaço, em outros tempos, também foi utilizado para a armação de circos e parques de diversão itinerantes.  





Por ali batiam uma bolinha personagens ilustres da nossa cidade como Luiz Ribeiro, Yeyé, Quincão, Salvador, Zequinha, Mateus Salviola, Quinquinha, Cori, Tózinho, Filuca, Pedro Fedegoso e até meu saudoso patrão Zé Jorge, que nunca tive notícias que jogava bola. Muito porreta! 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 29 4i1i70

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

O que mais me entristece e me indigna na minha centenária Espinosa é a destruição dos nossos mananciais hídricos por parte da população, fruto da ignorância, da insensatez e da ganância. 
Nasci e fui criado bem próximo do Rio São Domingos em um tempo em que podíamos, sem medo de ser infectado, beber a água então límpida do rio, mesmo na sua porção urbana. Ali no leito e nas margens do São Domingos, vivi extraordinários momentos de minha vida, brincando, comendo frutas, praticando esportes, divertindo-me lavando carros ou simplesmente tomando banho e me refrescando do calor imenso que caracteriza nossa terra. O rio era também utilizado pelas mulheres para a lavagem de roupas e de utensílios domésticos. Pena que as imagens deste tempo e lugar são raras e em meu poder só tenho esta que publico abaixo, muito mais antiga, onde aparecem adultos e crianças no leito do rio, na ocasião bem raso.




Mesmo no ado já distante, o Rio São Domingos ficava seco boa parte do ano, retornando ao seu curso natural apenas no tempo das chuvas, em um período aproximado de uns três a seis meses, de setembro a março, com variações anuais. Enquanto a água estava desaparecida, utilizávamos o leito arenoso para jogar futebol e brincar de dupla, divertimento este que consistia em uma disputa de chutes de média distância em uma única e larga trave de bambu retirado ali mesmo na margem do rio. A vegetação marginal também era utilizada para a construção de "cabanas", onde simulávamos as aventuras dos indígenas e dos conquistadores do Oeste americanos que assistíamos encantados na tela do cinema nos filmes de faroeste. Como tudo na vida, esses momentos aram e se eternizaram apenas nas mentes dos que os viveram intensamente. As coisas sim devem mudar, é a necessária evolução. Mas evoluir definitivamente não é plausível com a destruição da Natureza nesta nossa casa presenteada por Deus, o lindo, azul e esférico planeta Terra.    
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024 173ex

Centenário de Espinosa - Postagem 28 58w21

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Sêo Aristides José Tolentino era um homem rico, muito rico. Era um espinosense cidadão milionário com espírito empreendedor. Não contente em possuir grana no banco, boa casa e carro novo, além de uma fonte gigantesca de lucro na sua algodoeira, ele se aventurou em dois grandes investimentos na cidade, um, o imenso hotel na Rua Dom Lúcio, e o outro, o moderno e amplo cinema na Praça Antonino Neves. Sobre o hotel, falo em outra postagem. Sobre o Cine Coronel Tolentino, foi uma dádiva aos que apreciavam a arte e a cultura na cidade interiorana, bem distante das capitais mineira e baiana. O cinema era maravilhoso, uma coisa mágica, principalmente para mim, durante a infância e adolescência. Construído de forma desafiadora no terreno alagado da lagoa, com bases bem fincadas que resistem bravamente até os dias atuais, o prédio continha o melhor maquinário disponível na época e instalações modernas e confortáveis. Os projetores eram de última geração, as poltronas eram acolchoadas, as cortinas eram grossas e compridas, a sala de espera era limpa, agradável e espaçosa, com bomboniere, e a projeção na tela grande era em cinemascope. Com tamanha modernidade e conforto, o cinema ainda nos encantava com as fotografias e cartazes dos filmes por estrear, exibidos na sala de espera. Um diferencial encantador era a série de luzes coloridas no teto, que piscavam alternadamente no momento em que era tocado o tema de abertura do Cine Coronel Tolentino, a belíssima "Sinfonia n.º 40 em Sol Menor" do genial Wolfgang Amadeus Mozart, composta em 1788. É só escutar esta maravilha que minh´alma se teletransporta imediatamente para aquele ado gostoso em que eu, encantado, viajava no tempo e no espaço da imaginação provocada pela magia do cinema.







Se há uma coisa boa do ado em Espinosa e que me dá imensa saudade, é o cinema. Ali dentro daquele imenso prédio, vivi emoções formidáveis, envolvendo-me profundamente nas histórias e aventuras de personagens como Tarzan, Sansão, Os Trapalhões, Mazzaropi, Django, Sartana e outros heróis e bandidos da ficção. Era bom demais também ver as imagens do Canal 100, sobretudo as do futebol brasileiro. Lembro-me que guardávamos como tesouros os pedacinhos de fita de imagens dos filmes que eram descartados pela janela lateral que hoje dá para a sede da APAE. É uma pena que os cinemas tenham perdido tanto espaço no país, hoje encaixotados em salas de shopping e com preços altos, bem iníveis para a grande maioria da população.
Para finalizar, uma descoberta que me surpreendeu. Imaginava eu que o prédio da Cotesp havia sido construído após o do cinema, mas como mostra inapelavelmente a velha fotografia, estava eu totalmente enganado. Nunca é tarde para descobrir a realidade dos fatos. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.

Centenário de Espinosa - Postagem 27 107236

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Nos tempos antigos era bastante difícil a locomoção das pessoas em percursos médios e mais longos, já que carros e motocicletas eram artigos de luxo apenas íveis aos ricos. Transporte diário por ônibus ainda era inexistente. Umas das poucas opções de deslocamento para os menos favorecidos pela sorte eram o cavalo e a bicicleta. Outra possibilidade de viagem disponível para grupos de pessoas era nos caminhões, que transportavam a população em cima da carroceria. Alguns dos viajantes iam sentados em bancos de madeira encaixados nas laterais da carroceria, os demais iam em pé mesmo, desconfortavelmente instalados, correndo sério risco de cair do veículo. Esse modelo adaptado de transporte de pessoas, mesmo desconfortável e perigoso, foi de fundamental importância para o desenvolvimento do país, com brasileiros do Nordeste, principalmente, deslocando-se por centenas de quilômetros com suas famílias em direção ao Sudeste em busca de empregos e da melhoria de vida para suas famílias.
"Não adianta ir embora,
pra São Paulo ou Guanabara,
o patrão que aqui me explora,
me arranca os olhos da cara,
é o mesmo patrão de lá,
e o Deus de lá é o daqui,
só deixo meu Cariri,
no último pau de arara..."
O sistema de transporte denominado de pau de arara, que também dá nome ao modo de transporte de aves para venda na feira e a uma terrível tática de tortura bastante utilizada durante a brutal ditadura militar brasileira, foi eternizado na história musical do Brasil na canção "O Último Pau de Arara", poema do poeta paraibano José Palmeira Guimarães musicado pela dupla Venâncio e Corumba (Marcos Cavalcanti de Albuquerque e Manoel José do Espírito Santo, respectivamente) no ano de 1956. Na famosa canção gravada por Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner e que se tornou enorme sucesso, estes versos acima foram censurados.






Na nossa Espinosa os caminhões e picapes eram muito utilizadas no transporte de ageiros, devido à inexistência de ônibus e automóveis para esta travessia à época. Meu falecido pai utilizava o seu caminhão Ford para fazer, aos sábados de feira, o transporte de pessoas de Espinosa para o Estreito na década de 60 e 70. Era comum a utilização desses veículos para levar trabalhadores, conduzir pessoas para eios nos rios e fazendas da região, realizar romarias na cidade turística baiana de Bom Jesus da Lapa e no transporte de jogadores para jogos em outras cidades circunvizinhas. 
Viajei muito na carroceria da C-10 da Prefeitura dirigida pelo saudoso Sêo Ezinho, pai de Tatuzinho, para jogar bola pelo Cruzeirinho em cidades do Norte de Minas e Sudoeste da Bahia. Era um sofrimento. E influenciava negativamente no nosso desempenho em campo, já que chegávamos cansados ao destino, pouco tempo antes do início das partidas. Após os jogos então, era ainda mais sofrimento, pois além do desconforto com a estrada irregular, do espaço , da poeira e do frio, tínhamos que ar as fortes câimbras. Se alguém tem saudade dessa tortura, eu não! Prefiro ir em estrada asfaltada em boas condições, de carro ou ônibus confortáveis, sem sol na cabeça, sem calor escaldante, sem poeira e com espaço para esticar as pernas. Afinal de contas, saudosismo tem limite.    
Ao longo do tempo as coisas melhoraram bastante, com mais opções e melhores, mais confortáveis e seguras condições de locomoção. Até a Lei foi alterada, proibindo o transporte de ageiros em compartimento de carga, conforme o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), configurando infração gravíssima (sete pontos na CNH), gerando multa (R$ 293,47), apreensão e remoção do veículo. Evoluir é sempre necessário. Era divertido, era, não há como negar. Mas havia riscos à vida, como aconteceu no acidente nos anos 80 que tirou tragicamente a vida da menina Tuka. que morava com a minha Tia Lia. A vida deve sempre ser preservada, e a prevenção é o melhor remédio.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

domingo, 21 de janeiro de 2024 3nu5y

Centenário de Espinosa - Postagem 26 1z2c6s

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Um dos cidadãos mais ricos da nossa história centenária, o senhor Aristides Tolentino sempre esteve empenhado em investir pesado no desenvolvimento da sua amada Espinosa. Não satisfeito em implementar uma poderosa usina algodoeira, que fazia o beneficiamento de boa parte da produção de algodão do município e das redondezas, ele investiu na construção do melhor cinema da região Norte-Mineira, o Cine Coronel Tolentino. E não só! Construiu um enorme prédio no centro da cidade, especificamente na Rua Dom Lúcio, para servir como hotel, em uma época em que a cidade era minúscula.     








A imponente construção ou por várias utilizações, de hotel a escola, e atualmente, depois de uma completa reforma realizada pelo seu novo proprietário, o empresário Alair Giordani, funciona como ponto comercial.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

Centenário de Espinosa - Postagem 25 1m291e

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Infelizmente não tive a chance de conhecê-la completamente intacta, quando encantava a todos antes da devastadora enchente de 1968 que a colocou abaixo. Cheguei ainda a ver os destroços das suas pilastras depositados nas pedras do leito do Rio Verde Pequeno no local onde a população se diverte quando há água corrente. Refiro-me à antiga ponte de madeira que permitia a travessia sobre o Rio Verde Pequeno até o final dos anos 60, quando a maior enchente que se abateu sobre Espinosa, com sua força descomunal, arrastou completamente as pilastras e consequentemente toda a armação de madeira da construção. 







Infelizmente nunca tive a menor informação sobre quem foi o idealizador e criador desta beleza, nem tampouco a data exata da sua construção. Como não tive a oportunidade de conhecê-la "in loco", contento-me em apreciá-la nestas antigas fotografias que a exibem tão bem.
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

sábado, 20 de janeiro de 2024 502242

Centenário de Espinosa - Postagem 24 4z721k

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Um fato que realmente influencia e faz crescer o futebol de uma localidade é a rivalidade existente entre os clubes. O que seria do Atlético se não existisse o arquirrival Cruzeiro? Esta concorrência é extremamente benéfica quando se dá em harmonia, paz e respeito entre as partes, sem ódio, intolerância e violência. Em Espinosa esta rivalidade se deu entre M. Teixeira (depois Espinosense) e Santa Cruz, entre Cruzeirinho e Sayonara, no início, e entre Cruzeirinho e Ypiranga, tempos depois. Entre os atletas veteranos a "guerra pacífica" acontecia entre as qualificadas equipes do Bola de Ouro, comandada por Celino e Carlinhos, e do 9 de Março, comandada por Tarcisinho. Foram poucos jogos entre ambos, com títulos conquistados em campeonatos por um e outro.





Nesta última fotografia registrada no domingo da final de um campeonato de veteranos realizado no Estádio Caldeirão em que saiu vencedora a equipe do Bola de Ouro com um gol do zagueiro Nenzão, aparecem intercalados os dois times rivais em completa harmonia, como sempre deve ser. Estão em pé, Rogerinho, Joaquim, Fonso, Dodó, Palau, Nívio, Zinho, Toninho, Tintin, Pote, Ró, Celino e o goleiro que não identifiquei. Agachados estão Eustáquio, Nenzão, Tarcisinho, o gerente do Bradesco à época de quem esqueci o nome, Rubens, Robinho, Walter, este não me recordo o nome, Dai e Neguinho.
Arquirrivais sim, inimigos nunca! Apenas leais adversários. Abraços para esta turma boa demais!
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense.