Encerrada a sétima rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, temos algumas surpresas na tabela de classificação. O Red Bull Bragantino de Fernando Seabra ocupa a vice-liderança, com desempenho igual e apenas um gol de saldo de diferença para o primeiro colocado, o poderoso Palmeiras do português Abel Ferreira. O Cruzeiro do Leonardo Jardim também ocupa ótima posição na tabela, a quarta colocação, após uma vitória espetacular e merecida contra o melhor time do país, o Flamengo de Filipe Luís, mostrando que está se entrosando e melhorando significativamente a performance após ajustes na escalação. O Ceará de Léo Condé venceu o Vitória de Thiago Carpini e aparece na sétima colocação, à frente de Corinthians, Internacional, Atlético, São Paulo, Botafogo, Grêmio e Vasco, uma verdadeira façanha. Negativamente, o que chama a atenção é o desempenho pífio até aqui de duas equipes de quem se esperava mais: o Fortaleza de Juan Vojvoda e o Santos de Neymar, ou melhor, de Cléber Xavier. O time cearense vem patinando na temporada com um desempenho claudicante, após recentes anos de desempenho elogiável, e o Santos de Pelé vive uma fase triste e lamentável, com cinco derrotas e um empate em sete partidas já disputadas no campeonato. Iludida com a contratação tampão de Neymar, por apenas seis meses, para que este se recuperasse da grave lesão ligamentar no joelho esquerdo que o tirou dos gramados por mais de um ano enquanto jogava pela equipe árabe do Al-Hilal, a torcida santista sonhou com melhores resultados, o que não aconteceu ainda, pois o time amarga a penúltima posição na tabela do Brasileirão, na zona do rebaixamento, com apenas quatro pontos ganhos em sete partidas. No Al-Hilal, o craque Neymar, comprado a peso de ouro (60 milhões de euros), disputou apenas sete partidas em 17 meses, com apenas um gol e duas assistências, frustrando os bilionários investidores árabes e a torcida local. O mesmo parece ocorrer agora no Santos, pois Neymar voltou a se lesionar após nove partidas jogadas, quando marcou três gols e deu três assistências. Seus três gols foram de "bola parada" no Paulistão 2025: de pênalti na vitória do Santos por 3 x 1 sobre o Água Santa; de escanteio (olímpico) na vitória do Santos por 3 x 0 sobre a Inter de Limeira e de falta na vitória do Santos por 2 x 0 sobre o Red Bull Bragantino.
A disputa do Brasileirão torna-se a cada ano mais equilibrada, com o aumento dos investimentos das SAFs. Mas assim mesmo, os poderosos Flamengo, o maior favorito ao título, e Palmeiras se sobressaem, com a força da grana e de seus elencos milionários recheados de craques e excelentes jogadores.
Uma breve pesquisa de resultados nos leva a confirmar que os confrontos estão mais acirrados. Vejamos então. Dos 70 jogos realizados nas sete rodadas até aqui, os resultados mais observados foram vitórias por 1 x 0 e 2 x 1. Foram 15 de cada. O resultado de vitória por 2 x 0 vem com nove ocorrências, assim como o empate em 1 x 1. Empates em 0 x 0, sete vezes, e empates em 2 x 2, seis vezes, aconteceram mais que as vitórias com mais gols marcados, casos de 3 x 0, três vezes, e 3 x 1, duas vezes. Uma vez apenas teve as goleadas de 4 x 0, 4 x 1, 4 x 2 e 6 x 0, ou seja, placares elásticos são bem menos frequentes que antigamente. Números que mostram a realidade do futebol brasileiro na atualidade.
O Cruzeiro, que vinha de péssimos resultados no Campeonato Mineiro e na Copa Sul-Americana, mesmo com um elenco recheado de astros contratados com muita grana pelo milionário e apaixonado torcedor e proprietário celeste Pedrinho "BH" Lourenço, começou a reagir com algumas decisões corajosas tomadas pelo treinador Leonardo Jardim. O técnico venezuelano-português barrou as estrelas Dudu e Gabigol, apostando em uma formação mais arrojada e competitiva e os resultados começam a aparecer, com algumas ótimas performances, sobretudo contra Bahia e Flamengo, quando a equipe sobrou em campo, vencendo com competitividade, maestria e mérito.
Já o meu amado Clube Atlético Mineiro continua sua trajetória meio capenga nesta temporada, com um início desanimador no Campeonato Mineiro, quando o elenco do sub-20 foi utilizado nas primeiras três partidas do torneio, com atuações contraproducente que quase custaram o título. Com a utilização do elenco profissional as coisas melhoraram e a excelente e providencial vitória sobre o nosso arquirrival nos levou a mais uma conquista extraordinária, o segundo Hexacampeonato na nossa rica História.
Na Copa do Brasil estamos bem, precisando vencer em casa o modesto Maringá para seguir para as oitavas de final, quando saberemos o adversário após o sorteio. Na Copa Sul-Americana estamos tranquilos, liderando o Grupo H e com três jogos ainda por fazer, o primeiro no Chile, contra o Iquique, e os outros dois na Arena MRV contra Caracas e Cienciano. Como os adversários são bastante inferiores tecnicamente, imagino que não teremos problemas para seguir adiante.
O problema do Galo está no Brasileirão. Por justiça, nenhum torcedor deveria atacar a honra e a reputação dos quatro apaixonados e ricos bem-sucedidos atleticanos denominados de "quatro erres". Os empresários utilizaram seu poder financeiro para verdadeiramente salvarem o clube da extinção quase certa, devido à situação financeira terrível em que este se encontrava. Devemos, por justiça, agradecê-los e exercitar a gratidão para com eles eternamente. Eu assim o faço, com todo respeito e iração. Mas a torcida tem todo o direito de cobrá-los e criticá-los, com cordialidade e respeito, pela ausência de mais contratações para o fortalecimento do elenco que ficou frágil e incompleto após a saída de jogadores muito importantes como Paulinho, Zaracho, Battaglia, Otávio, entre outros. Se na temporada ada fizemos milagre ao chegar às finais da Copa do Brasil e da Copa Libertadores com um elenco incompleto e desequilibrado, nesta temporada a coisa parece ter piorado ainda mais. Repetindo o ano ado, continuamos tendo um bom time titular, mas as opções do treinador no banco de reservas são quase inexistentes, com poucas ou quase nenhuma possibilidade de mudança tática de uma partida complicada. Com o excesso de competições e jogos, são inevitáveis as lesões, o desgaste e as suspensões de atletas, o que acarreta diminuição do poder de competitividade da equipe e consequentemente a ocorrência de resultados negativos, o que frustra a torcida e atiça os corneteiros que invadem as redes sociais para tocar fogo no parquinho, sem moderação. Infelizmente a razão não está mais sendo utilizada conscientemente por boa parte das pessoas, introduzidas em uma catarse que leva essas figuras a se acharem donas da verdade, mesmo sem o mínimo conhecimento dos fatos. Com a tecnologia e o direito à opinião nas redes sociais, as pessoas aram a palpitar sobre tudo e todos, o que é bom demais, mas o excesso e a falta de escrúpulos, sagacidade e discernimento provocam situações completamente absurdas de cobranças exageradas e ataques violentos, e injustos, a pessoas e instituições. Os atletas estão sentindo na pele esses ataques duros, pesados e desproporcionais. Há poucos dias, o experiente goleiro Cássio, do Cruzeiro, desabou e desabafou ainda em campo, após um verdadeiro bombardeio de críticas pesadas e violentas da torcida cruzeirense contra si depois de algumas falhas em jogos. A coisa está ficando insustentável. Na realidade, até mesmo Pelé e Maradona, gênios da bola, tiveram seus momentos de desacertos, nem sempre jogando no mais alto nível, pois ninguém é perfeito. A cobrança por melhores desempenhos e resultados deve existir sim, mas com o mínimo de racionalidade, serenidade e sensatez.
Voltando ao futebol atleticano especificamente e observando com atenção a situação atual, prevejo mais decepções e frustrações com a equipe da Cidade do Galo neste ano se a diretoria não se movimentar rapidamente para contratar, no mínimo, cinco jogadores com capacidade e condições de brigar por uma vaga no time titular, sobretudo atletas que saibam balançar as redes adversárias, pois nas últimas partidas o time tem criado muitas chances de gols, mas o aproveitamento para marcá-los está em um nível péssimo, ineficaz e desesperador.
O clube e a torcida estão agora na expectativa da confirmação da contratação do ex-jogador cruzeirense Dudu. Os dados e os fatos falam por si sós. A trajetória vitoriosa do atleta Eduardo Pereira Rodrigues, (Goiânia (GO), 07-01-1992) não pode ser contestada. Assim como algumas de suas atitudes polêmicas, como a mais recente no Cruzeiro, insatisfeito com o treinador por ter sido sacado do time titular. Boa parte da torcida atleticana não se opõe à sua contratação. Eu tenho minhas dúvidas se será uma boa para o Galo. Que ele é ótimo jogador e que ainda pode render bastante em campo, não tenho a menor descrença. Porém, suas sucessivas atitudes desabonadoras, que espalham dissidências e discórdias, podem comprometer o ambiente na Cidade do Galo, trazendo mais problemas do que vantagens. Permito-me ficar em cima do muro e aguardar os acontecimentos. Fico só imaginando. E se Cuca, por mais que goste dele, entender que seu rendimento não está bom e resolver colocá-lo na reserva? Dudu fará o mesmo que fez no nosso arquirrival? Vamos torcer pelo melhor e esperar o futuro para ver o que acontecerá!
Atualização: Agora há pouco, em sua página do Facebook, o Atlético confirmou o acerto contratual com o atacante Dudu, contrato até o final de 2027.
Como apaixonado e prudente atleticano, já bastante calejado e acostumado a emoções fortes quase sempre quando o time está em campo, imagino que, se as devidas contratações não vierem como esperamos, aremos mais um ano sem ter o que comemorar. Neste momento, a esperança de títulos é quase nula, especialmente no Brasileirão, onde a estabilidade é fator essencial para o sucesso. Mas ganhando ou perdendo, sendo Campeão ou rebaixado, estarei sempre disposto e animado para vestir o meu Manto Sagrado e torcer para todos os craques ou pernas de pau que estiverem em campo para defender as nossas cores preta e branca. Aqui é Galo e sempre será!
Um grande abraço espinosense.
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